CryptoPunks "mudaram a história da arte", dizem especialistas em NFTs

Entusiastas de CryptoPunks e compradores esperançosos se reuniram na noite da quarta-feira, 23, na casa de leilões da Sotheby's em Nova York para um leilão que acabou não acontecendo, depois que o vendedor de 104 CryptoPunks mudou de ideia quanto à venda.

Após o ocorrido, no entanto, houve um painel ao vivo para a discussão sobre a história dos tokens não fungíveis (NFTs) e CryptoPunks. O painel foi composto de Sherone Rabinovitz, tecnólogo e especialista em CryptoPunks, e Kenny Schachter, crítico de arte e curador. Colborn Bell, fundador do Museum of Crypto Art, moderou.

"Should we just tell everyone that there are actually 100,000 Punks?"

Pre-panel shenanigans with Colborn Bell, ahead of tonight's "PUNK-IT!" #CryptoPunks auction at @sothebys

Super curious to see what transpires over the next several hours...@co1born @MuseumofCrypto pic.twitter.com/EDhzN32O2E

— sherone.eth (@Sherone33) February 23, 2022

"Devemos dizer a todos que na verdade existem 100 mil punks? Travessuras pré-painel com Colborn Bell, antes do 'PUNK-IT!', um leilão de CryptoPunks na Sotheby's. Estou supercurioso para ver o que vai acontecer nas próximas horas... ", publicou Sherone Rabinovitz no Twitter.

Quando perguntado sobre o início da história da Larva Labs e do CryptoPunks, Rabinovitz, que produziu um documentário sobre a equipe em 2018, começou elogiando o CryptoPunks como o primeiro projeto "a fazer tudo certo". Desde a estética ao mercado, a Larva Labs "espalhou sua magia" em um experimento para testar a propriedade digital. Ele acrescentou que a beleza dos CryptoPunks vai "além dos pixels e da carga cultural", e que o código é "lindo" o suficiente para imprimir, enquadrar e pendurar na parede.

Em 2017, a Larva Labs anunciou a arte generativa baseada em blockchain na Ethereum com seu algoritmo que gerava aleatoriamente personagens de punks em pixels. Desde então, os Punks ganharam reconhecimento popular suficiente para se tornar uma das coleções de NFTs mais valiosas do mundo. Atualmente, é a mais negociada de todos os tempos em termos de volume no OpenSea.

Schachter, por outro lado, descobriu os NFTs e CryptoPunks muito mais tarde, em 2020, e admitiu que não gostou no início. “Acho que uma das coisas mais importantes da vida é se relacionar, e tentar entender por que você não gosta do que não gosta”, disse ele, acrescentando que acabou aprendendo a se apaixonar pelos CryptoPunks. Ele explicou:

"Eles se tornaram uma mudança de paradigma na história da cultura, algo que é um híbrido entre Belas Artes e colecionáveis. Eles mudaram a história da arte sem sequer pretender ser uma obra de arte em primeiro lugar."

Colborn então entrou na conversa para apontar que, embora Schachter não possua um Punk, ele incorpora o espírito de um. De acordo com Colborn, os Punks representam pessoas que são destemidas, que falam o que pensam, que deixam seus valores serem conhecidos, e reconhecem que a mudança é possível.

Rabinovitz observou que um elemento sobre os CryptoPunks que é "desvalorizado", é que a coleção se enquadra no movimento da pop art, ao lado do trabalho de Andy Warhol:

"Se você está focando muito na raridade, você está meio que perdendo o ponto. Não se esqueça do que são os punks. Eles são embaixadores de uma nova era, e de um novo movimento."

Schachter, que lançou sua própria coleção de paródias de NFTs, chamada CryptoMutts, deixou o público com esperanças de um futuro onde todos os trabalhos digitais serão projetados no espaço real e onde as comunidades de NFTs continuem a inspirar mais artistas.

No ano passado, a Sotheby's estabeleceu um recorde mundial com a venda de um único CryptoPunk por US$ 11,8 milhões. E a Bored Ape Yacht Club, segunda coleção de NFTs mais negociada, ultrapassou o preço mínimo dos CryptoPunks. No momento da publicação, o Punk com preço mais baixo está em 59,95 ETH, ou US$ 148.223, enquanto o Bored Ape com preço mais baixo custa 80 ETH, ou $ 201.549.

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