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Acusada de ser "hub" de lavagem de dinheiro, Binance se defende: "Querem vender falsa narrativa"

reportagem da Reuters acusa corretora cripto de ter sido usada para "lavagem" de mais de US$ 2 bilhões; corretora acusa jornalistas de manipulação de dados

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Acusações contra a Binance reacendem polêmica sobre uso de criptomoedas para fins ilícitos (Jack Taylor/Getty Images)

Acusações contra a Binance reacendem polêmica sobre uso de criptomoedas para fins ilícitos (Jack Taylor/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de junho de 2022, 17h33.

Última atualização em 7 de junho de 2022, 17h36.

Na última segunda-feira, 6, uma reportagem da agência de notícias Reuters abalou o mercado de criptomoedas ao dizer que a Binance, maior corretora cripto do mundo, havia se tornado um "hub" para lavagem de dinheiro, pelo qual mais de R$ 11 milhões de reais teriam sido "lavados". Nesta terça, a empresa se defendeu das acusações.

(Mynt/Divulgação)

De acordo com a reportagem, a Binance se tornou um canal para lavagem de dinheiro por criminosos envolvidos em ataques e hacks, investimentos fraudulentos e até venda de drogas ilegais, chegando a um total de US$ 2,35 bilhões entre 2017 e 2021. O número, segundo os autores da reportagem, foram obtidos com base em registros judiciais, declarações de autoridades e dados de blockchains.

Entre os exemplos citados no texto publicado pela Reuters, estão transações de mais de US$ 5 milhões que hackers da Coreia do Norte teriam roubado da corretora Eterbase em 2020. Outro exemplo é o envio de US$ 780 milhões para a Binance por usuários da Hydra, maior mercado ilegal da deep web.

"Na semana passada, publicamos um texto que desmascarou o mito frequentemente defendido por adversários de nossa indústria de que criptomoedas são um 'refúgio' para lavagem de dinheiro. Infelizmente, nosso setor precisa continuar abordando esses temas repetidamente, à medida que partes interessadas continuam a espalhar desinformação ou enganar propositalmente o público em geral, deixando de fora o contexto crítico, como o quanto as criptos são mais eficazes do que o sistema bancário tradicional ao lançar luz solar sobre atividade ilícita", diz a Binance, em artigo em que se defende das acusações intitulado "O mito da lavagem de dinheiro com cripto e a máquina trabalhando para vender uma falsa narrativa".

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Para a corretora cripto, os autores da reportagem misturam informações não confirmadas e demonstraram pouco interesse em apurar os dados citados no texto - as referências indiretas a práticas de "mau jornalismo" são frequentes no artigo em que a empresa se defende das acusações. "[A reportagem] é repleta de informações falsas, conclusões precipitadas e baseada em dados ruins, que poderiam ter sido verificados ao entrarem em contato com as principais empresas de analistas on-chain, como a Chainalysis ou a TRM", afirma a empresa.

"Importante notar que sugerimos a eles a oportunidade de falar com os dois investigadores seniores que lideraram o caso para derrubar Hydra e Lazarus [grupo de hackers norte-coreano] e se ofereceram para revisar as informações de UID [user ID, uma espécie de identificação digital dos usuários] e as carteiras nas quais eles alegaram estar baseando seus relatórios. Eles recusaram ambos", prossegue o texto da corretora, que também inclui a troca de emails com os jornalistas da Reuters.

Como qualquer sistema financeiro, é indiscutível que as criptomoedas também são usadas por criminosos e agentes mal intencionados, e a explicação da Binance, se por um lado pode demonstrar certa fragilidade das acusações, por outro não esclarece se, ou quanto, a empresa foi de fato utilizada para fins ilícitos no período citado. Também não respondeu sobre as acusações de falha no sistema de identificação de usuários e outros pontos citados pela Reuters.

Ao mesmo tempo, a ideia de que criptomoedas são um "porto seguro" para criminosos e dinheiro de origem ilícita já se provou equivocada. A própria Binance, em sua defesa, cita pesquisa independente da Chainalysis, publicada na EXAME, que mostra que apenas 0,15% das transações com cripto estão associadas a atividades ilegais, contra uma estimativa da ONU de que entre 2% e 5% das movimentações no sistema financeiro tradicional tenham relação com crimes.

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