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Fintech une open banking, Pix e cripto para se tornar referência no Brasil

Sediado em Recife, o Zro Bank quer liderar a corrida por inovações financeiras que devem movimentar o mercado no futuro próximo

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Zro Bank: primeiro banco digital do Brasil baseado em tecnologia blockchain (Divulgação/Divulgação)

Zro Bank: primeiro banco digital do Brasil baseado em tecnologia blockchain (Divulgação/Divulgação)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 5 de novembro de 2020 às, 14h19.

Última atualização em 11 de novembro de 2020 às, 17h36.

O início das operações do Pix, a proximidade da implementação do open banking no país e o avanço do mercado de criptoativos levaram as conversas sobre inovação financeira e futuro do dinheiro para o centro das atenções. E uma fintech brasileira aparece na linha de frente deste movimento: o Zro Bank.

Criado em Recife, o Zro Bank surgiu como projeto em junho de 2019, mas só foi lançado oficialmente pouco mais de um ano depois, em setembro de 2020, com o objetivo de se tornar referência na prestação de serviços financeiros digitais no país, unindo as principais novidades que este mercado terá já em um futuro próximo.

Com parceiros como Cielo, Visa, Banco Topázio, B&T e a exchange cripto BitBlue, entre outros, o Zro Bank oferece uma conta bancária integrada a serviços de terceiros, como negociação de criptoativos, câmbio e outros produtos, em um único aplicativo.

"O Zro não é um banco nem uma corretora, mas integra tudo isso. É um superapp financeiro, que oferece, através de parceiros, os mais variados serviços e produtos financeiros", disse Edisio Pereira Neto, CEO da fintech, em entrevista à EXAME. "Nosso background vem dos mercados de câmbio e criptomoedas, então trazemos esse knowhow para o Zro. Não queremos ser como bancos tradicionais, cujo foco está nos cartões. Estamos mais interessados em serviços de câmbio", explicou, ressaltando que, apesar disso, a empresa oferece cartões aos correntistas.

O Zro Bank também está entre as 762 instituições financeiras aprovadas pelo Banco Central para utilizar o Pix: "O Pix vai revolucionar a forma de consumo no país. Em breve, tudo será pago com o celular", afirmou.

O futuro do dinheiro

Para Edisio, a mudança no sistema financeiro será rápida: "Eu acredito que em, no máximo, dois anos ninguém mais vai usar cartão. Todas as transações serão digitais. E quem não usar meios digitais será visto com desconfiança, algo parecido com o que acontece com os cheques atualmente".

"Tenho 200 casas de câmbio, dessas tradicionais, lojas físicas. E eu sei que isso vai acabar em breve. Vão deixar de existir. E agora, no Zro, nós trabalhamos para isso. Seria algo como se eu tivesse uma frota de táxis e estivesse trabalhando para criar o Uber", completou.

O Zro Bank tem planos ambiciosos em relação a seu próprio crescimento. Segundo o executivo, a projeção é fechar o ano com 100.000 contas e atingir 600.000 clientes em até cinco anos — até agora, são cerca de 30.000 downloads do app da fintech, em 45 dias desde seu lançamento.

Como não cobra taxas ou assinatura, a renda da fintech vem principalmente das operações cambiais: "Essa é uma dúvida comum. Se o serviço é gratuito, como a empresa pode ser rentável? Nosso lucro vem do spread das operações cambiais e de criptoativos, e também das comissões pagas pelas operadoras pelo uso de nossos cartões".

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Cripto e blockchain

Além da negociação de ativos digitais — por enquanto, apenas o bitcoin está disponível, mas já existem planos para oferecer suporte a outras criptos —, o Zro Bank utiliza a blockchain para registrar suas informações.

"É uma pena que hoje a gente ainda não possa utilizar todo o potencial que a tecnologia blockchain oferece, mas nós já estamos preparados para isso", disse Edisio. "As transações ainda precisam ser passadas à Receita Federal da forma tradicional, mas nós espelhamos todos os registros das movimentações em blockchain. Isso também vai permitir, por exemplo, que nosso balanço esteja lá disponível em tempo real, sem necessidade de esperar uma data específica", explicou.

A adoção ainda um pouco lenta da tecnologia acontece também pela ausência de diretrizes legais específicas no país: "Com a falta de uma regulamentação, surge espaço para golpistas e fraudadores e isso é muito ruim para o mercado. As pessoas leigas no assunto ficam assustadas, se afastam. Mas isso está mudando. O mercado vem se profissionalizando e existe um esforço em conjunto das empresas do meio para promover educação sobre o tema", completou.

As iniciativas do Zro Bank reforçam o movimento já bastante nítido no Brasil há alguns meses, no qual bancos e fintechs concentram esforços no mercado digital, motivados principalmente pelo anúncio do lançamento do Pix, do open banking, da consolidação do mercado cripto e também pela pandemia do novo coronavírus, que acelerou o processo de digitalização das instituições financeiras no país e no mundo.

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