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Hotéis

“Airbnb da viagem corporativa”, mexicana Casai investe R$ 100 mi no Brasil

Apoiada por fundos como Monashees, Kaszek Ventures e Andreessen Horowitz, a startup administra cerca de 300 apartamentos em metrópoles da América Latina

Nico Barawid, fundador da Casai: R$ 100 milhões para multiplicar portfólio brasileiro por seis até fim de 2021  (Casai/Divulgação)
Nico Barawid, fundador da Casai: R$ 100 milhões para multiplicar portfólio brasileiro por seis até fim de 2021 (Casai/Divulgação)
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4 de maio de 2021 às 10:00

Criar um meio-termo entre um hotel e um apartamento alugado pelo Airbnb: esse era o objetivo do empreendedor Nico Barawid ao fundar a startup Casai no México. Acostumado a viajar a trabalho como executivo, o jovem sentia falta de um modelo de serviço de hospitalidade que garantisse padrões mínimos de qualidade, como Wi-Fi de alta velocidade, sem precisar recorrer a grandes redes de hotéis. Ao lado da sócia María del Carmen Herrerías Salazar, que trabalhava no setor de hotelaria, fundou a Casai em 2019.

A startup adota um modelo de gestão de propriedades. Depois de selecionar a dedo apartamentos de alto padrão em bairros estratégicos, a empresa se responsabiliza pela decoração e fornecimento de serviços para cada unidade. No México, onde começou sua operação, já tem mais de 200 apartamentos na Cidade do México e em algumas cidades litorâneas do país.

Agora, com dois anos de operação e mais de R$ 300 milhões de reais recebidos de fundos como Monashees Capital, Kaszek Ventures e Andreessen Horowitz, a companhia aposta no Brasil para começar sua expansão pela América Latina. A empresa desembarcou na cidade de São Paulo, onde já administra 100 imóveis em bairros como Vila Olímpia, Pinheiros, Jardins e Itaim Bibi, e pretende investir cerca de R$ 100 milhões nos próximos anos para se consolidar no mercado.

“O Brasil é um mercado importante para nós, acredito que nossa operação aqui possa ser maior que no México. Por isso, estamos pensando em expandir ainda este ano para outras cidades como Rio de Janeiro, Florianópolis e Búzios”, diz Barawid. Para poder encontrar bons fornecedores brasileiros, a empresa abriu um escritório em São Paulo, onde emprega quase 30 pessoas.

Mesmo atuando em um dos setores mais afetados pela pandemia, a Casai triplicou sua operação ao longo de 2020. Agora, o objetivo é repetir o feito neste ano. Triplicar novamente. Nesse caminho, o Brasil vai ganhar relevância. Até o fim de 2021, a meta é multiplicar por seis o portfólio no país.

Segundo o fundador, os primeiros dois meses da crise da covid-19 derrubaram as taxas de ocupação dos imóveis, mas em julho do ano passado a empresa já tinha cerca de 80% dos apartamentos alugados novamente. Para os sócios, o segredo do sucesso é o modelo de aluguel tecnológico que permite que desde o "check-in" até os serviços de limpeza sejam geridos por aplicativo.

Apartamento gerido pela Casai em São Paulo (Casai/Divulgação)

“A companhia tem músculo para aguentar os picos de altas e baixas de viagem durante a pandemia. Mas, além disso, eles se beneficiaram dessa mudança da natureza de viagem. Como trabalho e casa se misturaram, muitas pessoas estão experimentando trabalhar de lugares diferentes”, diz Angela Strange, general partner do Andreessen Horowitz, em entrevista ao EXAME IN.

Não são só os nômades do trabalho remoto que gostam do modelo de hospedagem da Casai. Muitos fundos imobiliários e construtoras têm buscado a startup para fazer a gestão de seus lançamentos imobiliários. No México, a Tierra Capital e ZKC já fecharam contratos de parceria com a empresa. No Brasil, o primeiro contrato do tipo foi feito com a empresa americana de private equity Cerberus, dona de um prédio em São Paulo.

Para os investidores, a expansão internacional rápida da companhia é uma forma de ganhar terreno enquanto o mercado de turismo não retoma os patamares pré-pandêmicos. “É sempre desafiador construir uma plataforma de hospitalidade, mas para eles o desafio de entrar em outro país é quase igual ao de entrar em uma outra cidade do México, por isso fez sentido priorizar um mercado grande como São Paulo”, diz Marcelo Lima, sócio da Monashees.

No Brasil, empresas como a Housi (startup spin off da construtora Vitacon) e a Nomah (adquirida pelo unicórnio Loft) também investem na gestão de apartamentos para aluguel. A principal diferença da Casai para essas competidoras, segundo o fundador, é o fato de que a startup mexicana segue focada em estadias curtas, enquanto as demais trabalham com um modelo mais voltado para moradia flexível.

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