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Remy Sharp
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O Real Madrid apresentou nesta segunda-feira, 22, uma denúncia na Procuradoria-Geral da Espanha por crimes de ódio e discriminação contra o jogador brasileiro Vinícis Jr. No domingo, 21, o atacante do clube espanhol foi alvo de ataques racistas durante o jogo contra Valencia , no estádio Mestalla, no sudeste do país.

"O Real Madrid considera que tais ataques também constituem um crime de ódio, razão pela qual apresentou denúncia correspondente à Procuradoria-Geral do Estado, especificamente à Procuradoria contra crimes de ódio e discriminação, para que os fatos sejam investigados e apuradas as responsabilidades", declarou o clube em comunicado.

Para justificar a denúncia ao Ministério Público, o clube explica que de acordo o artigo 124 da Constituição espanhola a função do órgão é promover a defesa da legalidade e dos direitos dos cidadãos e do interesse público.

O posicionamento do maior campeão europeu acontece após enorme repercussão sobre o episódio. O nome de Vini Jr foi o assunto mais comentado no Twitter em todo o mundo. Em sua conta no Instagram, Vinicius Junior disse que os racistas foram premiados com a expulsão dele e ironizou: “Não é futebol, é La Liga (liga de futebol da Espanha)”

. Em coletiva após a partida, o técnico italiano Carlo Ancelotti saiu em defesa do brasileiro. “Não quero falar de futebol, mas sim do que aconteceu aqui. Isto não pode ocorrer, um estádio inteiro gritando algo assim. Ele não queria continuar e eu acharia justo, porque é a vítima. Isto não pode acontecer”, opinou Ancelotti.

Grandes nomes do futebol mundial como Neymar, Mbappé, Ronaldo também publicaram mensagens de apoio ao camisa 20. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lamentou o caso e cobrou ações do governo espanhol. O Ministério de Igualdade Racial informou no domingo que acionará autoridades da Espanha para tomar providências após mais um caso de racismo sofrido pelo jogador.

Na contramão, o presidente da La Liga, Javier Tebas, rebateu as críticas feitas pelo atacante à liga espanhola e afirmou que a competição não é racista. "Não podemos permitir que se manche a imagem de uma competição que é sobre o símbolo de união de povos, onde mais de 200 jogadores são de origem negra em 42 clubes que recebem em cada rodada o respeito e o carinho da torcida, sendo o racismo um caso extremamente pontual (9 denúncias) que vamos eliminar", declarou. 

Ataque racista contra Vini Jr na partida contra o Valencia

Embora durante todo o jogo gritos de "mono" (na tradução livre significa "macaco" em espanhol) pudessem ser ouvidos — o árbitro, inclusive, chegou a avisar a sua equipe num primeiro momento —, o caso maior começou aos 24 minutos. Vini Jr. fazia jogada individual pelo canto esquerdo, quando um jogador do Valencia chutou uma segunda bola que estava em campo no lance para atrapalhar o atacante brasileiro.

Indignado antijogo do adversário, Vini Jr. foi reclamar do lance com a arbitragem. Com isso, parte da torcida do Valencia que estava atrás do gol mais próximo da jogada voltou a xingar o brasileiro com gritos racistas. Foi quando Vini chamou Bengoetxea para denunciar um dos torcedores.

Nesse momento, alguns jogadores de Real Madrid e Valencia, entre eles o capitão da equipe mandante, Gayà, chegou para tentar acalmar os ânimos. De acordo com o jornal "Marca", as câmeras de transmissão chegaram a captar Vini Jr. afirmando que não queria mais jogar a partida. A polícia espanhola chegou a ir no local, mas nada foi feito com os torcedores e, após oito minutos de paralisação, a partida reiniciou após o segundo aviso de caso de racismo dado pela arbitragem. Em caso de um terceiro, a partida poderia ser suspensa, como consta no código disciplinar da Fifa.

"Acredita, da próxima vez vamos (suspender o jogo)", teria falado o árbitro da partida para Vini Jr., conforme informou o "Marca".

Mas o jogo continuou com nova confusão, aos 48 minutos. Dessa vez, após discussão na área defensiva do Valencia, o goleiro Mamardashvili foi tirar satisfações com Vini Jr, que bateu bocas com o jogador. A princípio, ambos receberam cartão amarelo, mas posteriormente o VAR da partida chamou o árbitro do jogo para denunciar que o atacante brasileiro havia acertado o atacante Hugo Duro no rosto da confusão. Após a checagem, Vini Jr. foi expulso — Duro, que também agrediu Vini com uma espécie de mata leão durante a confusão, não recebeu a mesma punição.

Com informações do O Globo.

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