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Nunes cogita volta de torcida mista em clássicos, mediante implementação de reconhecimento facial

Tecnologia, que será obrigatória nos estádios a partir de 2025, já está presente em 75% dos grandes clubes do país

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 1 de outubro de 2024 às 08h37.

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Ricardo Nunes (MDB), prefeito da cidade de São Paulo e candidato à reeleição, afirmou que a capital paulista poderia voltar a receber clássicos com duas torcidas nos estádios, desde que haja implementação do sistema de reconhecimento facial nas catracas. O objetivo do líder do executivo municipal é utilizar a biometria junto com o Smart Sampa para rastrear possíveis confusões, identificar os responsáveis e puni-los.

De acordo com a Lei Geral do Esporte, estádios que possuem capacidade superior a 20 mil pessoas deverão disponibilizar o acesso pelo sistema de reconhecimento facial até o ano que vem. Entre os grandes clubes do país, Fluminense, Santos, Palmeiras, Vasco, Flamengo, Botafogo, Atlético, Grêmio e Internacional já contam com a tecnologia como meio de acesso dos torcedores aos estádios. São Paulo, Corinthians e Cruzeiro são os únicos clubes de maior expressão no futebol brasileiro que ainda não implementaram o projeto.

O Tricolor das Laranjeiras foi o último time grande a anunciar a obrigatoriedade do cadastro da biometria facial para todos os torcedores, sócios e não sócios. O Palmeiras foi o clube de expressão do Brasil pioneiro na implementação da tecnologia em 100% do seu estádio. Após problemas relacionados ao cambismo na temporada de 2022, a diretoria alviverde optou por adotar o sistema no início de 2023.

“Ter a disposição novas tecnologias nos estádios, como o reconhecimento facial, auxilia de maneira considerável a melhora da vivência do torcedor no local. Para garantir maior segurança e para personalizar as interações, um acesso mais ágil e fácil é fundamental. Dessa forma, há uma melhora no conforto e conveniência dos torcedores, o que transforma cada partida em um momento prazeroso e, ao mesmo tempo, inovador”, comenta Vitor Roma, CEO da Keeggo, consultoria de tecnologia.

A segurança proporcionada pelo uso do reconhecimento facial nas catracas dos estádios do futebol brasileiro é um dos principais atrativos para a adoção do sistema. Até janeiro de 2024, 48 pessoas procuradas pela Justiça foram identificadas no Allianz Parque com ajuda da tecnologia. Além disso, 39 foram presas quando tentaram entrar na casa palestrina.

Renê Salviano, especialista em gestão esportiva e CEO da Heatmap, explica sobre as melhorias apresentadas pelos ingressos digitais: “A entrada ao estádio por meio das opções tecnológicas tem grandes benefícios para a segurança dos fãs do esporte. Os dados automáticos são parte importante do processo, já que trazem vantagens para os clubes e os administradores locais com a contribuição para o combate à violência, uma vez que os torcedores presentes nas partidas são identificados. Já a venda de bilhete físico contribui para o cambismo”.

Na região Sul do país, diversos clubes já contam com a tecnologia de reconhecimento facial nos estádios. No Paraná, o Athletico anunciou a adoção da medida em novembro de 2023. Com foco em segurança e agilidade, o Coritiba também começou a instalação do projeto no Estádio Couto Pereira.

“Aumenta a segurança do torcedor, protege o clube e melhora ainda mais a experiência no Couto Pereira. A implementação da tecnologia também reduz o tempo de espera nos portões e otimiza o acesso ao estádio. Basta aproximar o rosto da catraca, aguardar o reconhecimento do sistema e entrar no estádio”, diz André Campestrini, diretor financeiro do Coritiba.

No Rio Grande do Sul, Grêmio e Internacional investem no reconhecimento facial como uma maneira de otimizar o acesso de seus fãs às partidas. No último trimestre do ano anterior, o Tricolor afirmou que iria começar a realização dos testes da tecnologia na Arena do Grêmio. Já no segundo mês de 2024, no Campeonato Gaúcho, o Colorado anunciou o início do uso do sistema no Beira-Rio em parceria com a Imply.

“Inovação e tecnologia sempre foram primordiais para o internacional. Desde o início somos um dos clubes pioneiros na construção de experiências para o torcedor que vem ao estádio. A agilidade e o fácil acesso são garantidos pela não dependência do público do instrumento físico, como o ingresso ou a carteirinha, e pela própria rapidez que o reconhecimento facial nos dá na entrada do torcedor ao Beira-Rio”, conclui Victor Grunberg, vice-presidente do Internacional.

Tironi Paz Ortiz, CEO da Imply, empresa de controle de acessos que está presente com reconhecimento facial em diversos palcos do futebol brasileiro, como Arena MRV, Beira-Rio, Ilha do Retiro, Ligga Arena e São Januário, destaca a praticidade do sistema: “A tecnologia de reconhecimento facial tem contribuído para a modernização dos times nacionais. Esse sistema inovador possibilita que os apoiadores consigam acessar as arquibancadas com mais agilidade e conforto. É possível utilizar a identificação facial, dispensando o transporte de dispositivos físicos ou cartões, e a verificação é concluída em menos de um segundo”.

Em outras regiões do Brasil, como o Nordeste e o Centro-Oeste, a tecnologia também está presente. Em outubro de 2022, o Goiás se tornou o primeiro time da elite do futebol brasileiro a implementar o sistema. Com a ampla aceitação da torcida esmeraldina, em 2023, a diretoria decidiu ampliar o uso para todo o Estádio Hailé Pinheiro.

No estado do Mato Grosso, o Cuiabá, time que está na Série A do Campeonato Brasileiro desde 2021, também se manifesta a favor do sistema de reconhecimento facial para o acesso do público para as arquibancadas. Cristiano Dresch, presidente do Dourado, explica sobre as vantagens do modelo.

“A utilização desse mecanismo representa mais uma etapa concluída na modernização e estruturação do clube. Cada dia que passa estamos buscando ainda mais nos enquadrar em todos os requisitos legais, tanto governamentais, quanto das instituições que regem o nosso futebol. Até agora os resultados têm sido satisfatórios, o que nos deixa confiante no nosso atendimento ao torcedor do clube”, diz Cristiano.

Em Pernambuco, o Sport tem disponibilizado o acesso por meio de reconhecimento facial para os torcedores que vão à Ilha do Retiro. Com o início dos testes no segundo semestre do ano passado e o recebimento de avaliações positivas por parte dos apoiadores, o presidente do clube, Yuri Romão, comenta sobre o sucesso da tecnologia.

“Iniciamos, de forma experimental, a instalação da biometria facial nos jogos finais da Série B de 2023 na Ilha do Retiro. O sistema foi bem aceito pelo torcedor e o atendimento foi mais ágil e eficiente. Nossa intenção é garantir segurança no estádio e comodidade para o torcedor. O uso do sistema de reconhecimento facial também é uma forma de coibir o cambismo, já que a compra do ingresso só será feita através do rosto do fã, de maneira intransferível”, conclui Yuri.

Henrique Borges, CEO da Somos Young, companhia que utiliza tecnologia de ponta para fazer o atendimento a sócio-torcedores de clubes como Cruzeiro e Coritiba, celebra o uso do reconhecimento facial no futebol brasileiro: “Os clubes e as empresas têm iniciado esse processo de utilização de novas tecnologias que tornam a experiência do torcedor mais proveitosa, tanto nos estádios, quanto em outras plataformas. Esse movimento, sem dúvidas, é só o começo de um extenso caminho, no qual todos terão benefícios”.

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