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CR7 e Benzema: por que o futebol é o novo foco de investimento da Arábia Saudita?

Assim como já aconteceu com os mercados do Japão, Estados Unidos e China, desta vez é o futebol saudita que está em destaque

Al-Ahli, Al-Nassr, Al-Hilal e Al-Ittihad investiram até o momento mais de R$ 1,1 bilhão (FAYEZ NURELDINE/Getty Images)

Al-Ahli, Al-Nassr, Al-Hilal e Al-Ittihad investiram até o momento mais de R$ 1,1 bilhão (FAYEZ NURELDINE/Getty Images)

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 3 de agosto de 2023 às 12h44.

Última atualização em 3 de agosto de 2023 às 12h47.

A Saudi Pro League, liga de futebol da Arábia Saudita é um novo destino lucrativo para os melhores jogadores de futebol do mundo. Inicialmente com o craque português Cristiano Ronaldo, nomes como Karim Benzema, N'Golo Kante, Sadio Mané, entre outros, também migraram para o futebol saudita.

Assim como já aconteceu com os mercados do Japão, Estados Unidos e China, desta vez é o futebol saudita que está em destaque. Somente os considerados quatro grandes clubes locais (Al-Ahli, Al-Nassr, Al-Hilal e Al-Ittihad) investiram até o momento mais de 224,6 milhões de euros, ou mais de R$ 1,1 bilhão.

O que explica a ascensão econômica no futebol árabe?

O Fundo de Investimento Público (PIF), estatal da Arábia Saudita supervisionada pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, assumiu a presidência desses quatro clubes e como resultado, essas equipes têm uma fortuna para gastar nos próximos meses e prováveis ​​anos. O propósito da família real na Arábia Saudita é aumentar a receita da liga profissional levando-a  US$489 milhões (R$2,3 bilhões) em 2030. 

Somente o Al-Hilal investiu cerca de 128 milhões de euros na aquisição de suas três contratações até o momento. O clube embolsou 55 milhões de euros para tirar o meia Rúben Neves do Wolverhampton, da Inglaterra, maior contratação da liga até o momento. O clube, dirigido por Jorge Jesus, também investiu outros 40 milhões de euros no meia sérvio Sergej Milinković-Savić, contratado junto a Lazio.

Outro clube que entra na lista dos que mais gastaram é o Al-Nassr. Após conseguir convencer o astro português Cristiano Ronaldo a embarcar no projeto árabe, o time voltou a investir nessa janela, pagando 25 milhões de euros para tirar o meia francês Seko Fofana do Lens.

O time ainda contratou o meia croata Marcelo Brozovic, destaque da Inter de Milão vice-campeã da Liga dos Campões, por 18 milhões de euros, e o brasileiro Alex Telles, que deixou o Manchester United por 7 milhões de euros.

Segundo André Kfouri, comentarista dos canais ESPN, a ida de jogadores renomados ao país, mudará os olhos do mundo para a liga árabe. "A Arábia está na tentativa de criar um campeonato que o mundo veja com olhos diferentes do que se via antes. O futebol árabe sempre existiu e muitos jogadores já fizeram essa migração, porém o campeonato não era forte suficiente. Com a migração de jogadores desse nome, as pessoas podem começar a se interessar esportivamente na competição", destacou.

Perspectivas para o futuro

Apesar do grande investimentos público nos clubes, especialistas acreditam que a liga árabe não ficará entre as mais potentes do futebol mundial. De acordo com André Kfouri, é necessário explorar o aspecto cultural e o vínculo com o esporte.

"A minha impressão hoje é que a Arábia não ficará entre os países mais potentes do futebol mundial. Eu acho que pra ser assim, esse aspecto do interesse esportivo precisa criar vínculo! Por que a Premier League, na opinião de muitos, é o principal campeonato nacional de futebol? Por que além dos grandes jogadores, técnicos e eventos organizados, está lá há muito tempo, ou seja, faz parte da vida das pessoas. Esse vínculo demora a ser criado e independe de investimento e dinheiro, completou.

Para Amir Somoggi da Sports Value, empresa especializada em marketing esportivo, não basta só dinheiro para propagar a liga árabe a nível mundial, é preciso pensar em outros fatores.

"Do ponto de vista econômico, eu não acho que o futebol da Arábia Saudita vai mudar! Você não pode encurtar o caminho assim, pois a Arábia quer fazer em dois meses o que demora 20, 30, 40 anos. O futebol depende de outros fatores, como a vontade dos outros assistir. Ninguém vai obrigar um brasileiro, por exemplo, a assistir o futebol árabe, muito menos um europeu. Ainda que tenha os jogadores, as instituições (clubes) ainda são mais fortes do que ricos ganhando milhões."

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