Esporte

Após sucesso no Morumbi, Santos mira ampliar receitas jogando na capital

Clube disputará semifinal do Campeonato Paulista na Neo Química Arena e confirmou partidas no Pacaembu em 2024, após acordo assinado com concessionária

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 27 de março de 2024 às 08h00.

Com o desejo de atuar na capital paulista e conseguir obter maiores índices de público e renda, o Santos definiu a Neo Química Arena, casa do Corinthians, como o local da partida decisiva da semifinal do Campeonato Paulista, contra o Red Bull Bragantino, nesta quarta-feira, 27, às 20h30. Após a escolha em contemplar os torcedores em São Paulo, a expectativa é por casa cheia. Com mais de 40 mil entradas vendidas desde o final de semana, o clube divulgou que está próximo de esgotar a carga total dos ingressos.

Os valores cheios dos ingressos de arquibancada vão de R$ 100,00 a R$ 240,00, seguindo parâmetro semelhante ao cobrado pelo Corinthians durante os jogos do Campeonato Paulista, em que o clube teve arrecadação média em torno de R$ 2,5 milhões. Já entre os setores premium, o camarote Fiel Zone, espaço equivalente ao Boteco Santista na Vila Belmiro, também administrado pela Soccer Hospitality, é outra das apostas do clube para encher os cofres, com entradas vendidas por até R$ 550,00, em espaço com open bar, open food, música ao vivo e que também conta com a presença de ídolos.

Dessa forma, mesmo com custos na casa do 1,5 milhão, entre aluguel do estádio e despesas operacionais, para a realização do jogo no local, a expectativa de arrecadação ainda seria maior do que na Vila Belmiro, onde o Santos teve receita média de 680 mil por jogo no Paulistão 2024 – valor bruto, desconsiderando custos operacionais.

Outro dos espaços que costuma contribuir com a arrecadação durante os jogos, pelas altas demandas por ingressos, é o camarote Arena Kids, voltado ao público infantil, com monitores que interagem com as crianças, brinquedos infláveis e jogos eletrônicos. CEO da Companhia do Tomate, empresa que administra o espaço, Alessandro Tomazeli avalia a oportunidade de torcedores mirins santistas também terem contato com a atração, que, em outros estádios, só existe nas casas de Palmeiras, Botafogo e Portuguesa:

“O espaço será adaptado para o torcedor santista no dia do jogo. Eles serão muito bem recebidos e poderão viver uma experiência única. É muito legal que torcedores de outras equipes também possam conhecer o camarote, que é um setor único, que consegue sediar festas infantis e oferecer diversas atrações como estações de video games, simuladores, brinquedos infláveis e futmesa”, afirma.

Na Neo Química Arena, o alvinegro praiano espera repetir roteiro semelhante à outra experiência que teve atuando na capital paulista durante o campeonato estadual, quando enfrentou o São Bernardo, no Morumbis, pela 10ª rodada. Na ocasião, o clube registrou bilheteria na casa dos R$ 2 milhões, cifras que representam um aumento de 197,8% em relação à arrecadação média do clube na Vila Belmiro durante a competição.

Ao longo dos seis jogos realizados na Vila no estadual deste ano, o público total do alvinegro praiano foi de quase 72 mil torcedores. Já no Morumbis, apenas em uma partida, foram mais de 50 mil torcedores, o que corresponde a 69% do público total da equipe em relação a todas as outras partidas. Nesse sentido, Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, avalia os benefícios da equipe em sediar mais jogos na capital:

“Mesmo sendo a casa do Santos, com uma grande identificação, a Vila Belmiro tem uma capacidade muito mais restrita, além de um acesso complicado para quem mora em São Paulo, onde estão muitos dos torcedores. Por isso, jogar na capital possibilita que esses fãs prestigiem a equipe, de modo a trazer nova e maior receita de bilheteria. Sabendo explorar estrategicamente os jogos com mando de campo na capital, o clube certamente impulsionará, também, as receitas arrecadadas com licenciamento e sócio torcedor”, destaca.

Visando futuras oportunidades, o Santos também celebrou, na última semana, o contrato assinado com a Allegra Concessionária, responsável pelo Pacaembu, para utilizar o estádio quando atuar na capital. Conforme as projeções, a capacidade do novo Pacaembu deve ser de 26 mil lugares, número ainda 62,5% maior do que a lotação da Vila Belmiro.

Em meio às possibilidades de atrair maiores índices de público durante o ano, Sara Carsalade, co-founder e responsável pela vertical de Esportes da Somos Young, empresa especializada no atendimento a sócios-torcedores, com trabalhos em clubes como Vasco, Bahia e Cruzeiro, avalia outros possíveis ganhos da equipe: “A possibilidade de contar com um público maior viabiliza bons resultados financeiros, que também podem ser impulsionados se esse engajamento for revertido no crescimento do número de sócios. Isso pode virar realidade a partir de incentivos e um bom planejamento”, afirma.

Já Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM, ressalta a capacidade do Santos em mobilizar a massa de torcedores presente na capital paulista: "Segundo o IBGE, enquanto a cidade de Santos tem ao redor de 2,5 milhões de habitantes, o Peixe tem mais de 5 milhões de torcedores espalhados pelo país. Resgatando a estratégia antiga de levar jogos para o Pacaembu, os altos índices registrados no jogo no Morumbis mostram o potencial de aproximar o clube dos fãs na capital”.

Acompanhe tudo sobre:FutebolSantos Futebol Clube

Mais de Esporte

Brasil vence Argentina e leva hexacampeonato de futsal

Brasil busca hexacampeonato no Mundial de Futsal contra a rival Argentina

Jogos de domingo, 6 de outubro, onde assistir ao vivo e horários

Cuiabá x São Paulo: onde assistir e horário pelo Brasileirão