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Além das pistas: o que a ida de Hamilton à Ferrari impacta no mercado da Fórmula 1?

Especialistas analisam como a união do astro britânico à escuderia italiana extrapola os negócios da categoria

Hamilton na Ferrari: Já nas primeiras horas do dia do anúncio, a então possível troca de equipe já trazia repercussões fora do mundo automobilístico (ATTILA KISBENEDEK/Getty Images)

Hamilton na Ferrari: Já nas primeiras horas do dia do anúncio, a então possível troca de equipe já trazia repercussões fora do mundo automobilístico (ATTILA KISBENEDEK/Getty Images)

Antonio Souza
Antonio Souza

Repórter da Home e Esportes

Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 08h24.

O mundo do automobilismo foi impactado na última quinta-feira, 1, com a notícia da ida do heptacampeão Lewis Hamilton à Ferrari. Segundo o anúncio da escuderia italiana, o piloto inglês se juntará à equipe em 2025, mesmo tendo a opção de estender o contrato com a Mercedes, onde estava desde 2013.

Já nas primeiras horas do dia do anúncio, a então possível troca de equipe já trazia repercussões fora do mundo automobilístico. Quando o rumor foi divulgado, as ações da Ferrari subiram 10% na bolsa de valores, um ganho de quase 7 bilhões de dólares em relação ao dia anterior. Com a confirmação da troca, o poder midiático de Hamilton além das pistas ficou ainda mais evidente. Influência esta, que casa com a presença da empresa italiana no mundo.

Ao longo da história, a Ferrari se consolidou como uma marca que expande as pistas de corrida. Além de carros esportivos, os italianos também se destacam por produtos de perfumaria e moda, onde construíram parcerias com grandes empresas do mercado, como a Puma.

"Hamilton é um dos maiores pilotos da história da F1 e a Ferrari é uma love brand, uma das marcas mais admiradas do mundo. Com isso, teremos uma troca de atributos entre a escuderia e o piloto de alto potencial para ambos", comenta Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

Em termos esportivos, ambos são as maiores referências na categoria. Lewis Hamilton é o maior campeão, ao lado de Michael Schumacher, com sete títulos conquistados. O alemão, inclusive, foi o último piloto campeão pela equipe italiana. Já a Ferrari é considerada a maior escuderia do grid por deter a maioria dos recordes, como maior número de títulos de construtores (16), títulos de pilotos (15), vitórias (243), Grand Prix disputados (1074), entre outros.

"Hamilton tem uma força gigante de audiência além de sua técnica campeã, é uma grande aquisição da Ferrari e que vai ter ainda um grande ganho que serão milhares de brasileiros como novos torcedores", declara Renê Salviano, CEO da Heatmap e especialista em marketing esportivo, e que faz a captação de contratos entre marcas envolvendo profissionais do esporte.

Mesmo vivendo uma seca de títulos que supera os 15 anos, a Ferrari ainda conta com um dos maiores prestígios da Fórmula 1, o que explica a escolha de Hamilton. Já para os italianos, o inglês tem muito a agregar fora a parte esportiva. Nos últimos anos, o heptacampeão trouxe pautas importantes para a categoria e levantou debates que trouxeram ainda mais fãs para ele e para o esporte.

"Lewis Hamilton é a principal personalidade da F1 da última década, um embaixador que, além de vencer muito, rompeu tradições da modalidade, gerou discussões importantes, moldou comportamentos e aproximou o mundo da graxa à novos públicos. Essa mudança significa a união do principal piloto com a principal escuderia, equipe com maior números de fãs e admiradores mundo afora, um novo capítulo formidável para que a F1 siga crescendo e conquistando mais fãs”, conclui Ivan Martinho, professor de marketing esportivo pela ESPM.

Já para Alexandre Mota, Diretor de Criação da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo, a Ferrari é muito mais do que uma escuderia da F1.

"É uma marca amada por milhões de pessoas que estabeleceu um forte laço emocional há décadas que vai muito além das vitórias. Lewis Hamilton também pode ser considerada uma marca amada por outros tantos milhões por seu carisma, posicionamentos relevantes e sua história de vida e no circuito. Unir duas marcas desse tamanho e relevância abre uma possibilidade inimaginável de se trabalhar com públicos diferentes e cruzá-los, de se criar histórias impactantes e ativações relevantes que ultrapassam o esporte e falam com a sociedade como um todo e milhões em particular. É difícil criar uma conexão real com seu público, mas Ferrari e Hamilton conseguiram há muito tempo. O marketing agradece essa união".

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