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Mundo caminha para 'futuro distópico', alerta comissário dos direitos humanos da ONU

Apesar do panorama sombrio, Türka afirmou que 'podemos e devemos seguir outro caminho', 'guiados pelos direitos humanos e os valores universais'

Aviso: "Desconfiem das vozes estridentes, os tipos de 'homens fortes' que jogam purpurina nos nossos olhos, oferecendo soluções ilusórias que negam a realidade", diz Türk (AFP Photo)

Aviso: "Desconfiem das vozes estridentes, os tipos de 'homens fortes' que jogam purpurina nos nossos olhos, oferecendo soluções ilusórias que negam a realidade", diz Türk (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 9 de setembro de 2024 às 11h45.

O alto comissário da ONU para os direitos humanos, Volker Türk, alertou nesta segunda-feira, 9, que o mundo está em uma "encruzilhada" e caminha para um "futuro distópico", com escaladas militares, repressão e desinformação.

"Estamos em uma encruzilhada. Podemos seguir em nosso caminho atual — um traiçoeiro 'novo normal' — e caminhar como sonâmbulos em direção a um futuro distópico, ou podemos acordar e mudar as coisas para melhor, para a humanidade e o planeta", disse Türk no início da 57ª sessão do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

Em um mundo abalado por conflitos, Türk afirmou que "os Estados não devem, não podem, aceitar o desrespeito flagrante do direito internacional".

"O novo normal do mundo não pode ser uma interminável e impiedosa escalada militar e métodos de guerra, controle e repressão cada vez mais horríveis e tecnologicamente avançados", disse.

Desinformação

Türk também fez um alerta contra a "divulgação descontrolada de desinformação, sufocando fatos e a capacidade de fazer escolhas livres e informadas".

O alto comissário pediu ainda aos cidadãos que permaneçam "vigilantes" no momento de escolher seus governantes, em um ano de recorde de eleições no mundo.

"Com algumas eleições que já aconteceram, e outras ainda por vir este ano, peço a todos os eleitores que tenham em mente as questões que mais importam para eles", afirmou.

"Desconfiem das vozes estridentes, os tipos de 'homens fortes' que jogam purpurina nos nossos olhos, oferecendo soluções ilusórias que negam a realidade", disse.

"Saibam que quando um grupo é apontado como bode expiatório para os males da sociedade, um dia o seu grupo pode ser o próximo", acrescentou.

Apesar do panorama sombrio, o alto comissário da ONU afirmou que "podemos e devemos seguir outro caminho", "guiados pelos direitos humanos e os valores universais".

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