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Mafoane Odara assume diretoria recém-criada na Zamp, máster franqueada Burger King e Popeyes

Mafoane Odara assume a diretoria de Pessoas, Cultura e Transformação da ZAMP; em entrevista exclusiva à EXAME ela detalha expectativa de bem-estar, inclusão e valorização dos funcionários em meio aos planos de fortalecimento da marca institucional e dos negócios

Mafoane Odara,  diretora de Pessoas, Cultura e Transformação da Zamp (Leandro Fonseca/Exame)

Mafoane Odara, diretora de Pessoas, Cultura e Transformação da Zamp (Leandro Fonseca/Exame)

Marina Filippe
Marina Filippe

Repórter de ESG

Publicado em 19 de outubro de 2023 às 07h00.

Mafoane Odara assume a diretoria de Pessoas, Cultura e Transformação da ZAMP, máster franqueada Burger King e Popeyes no Brasil. A executiva passa a ocupar um cargo até então inexistente na empresa, com o objetivo de dar mais protagonismo à marca ZAMP por meio de uma cultura de inovação e tecnologia ao mesmo tempo em que busca ser atrativa como marca empregadora.

"O mundo do trabalho tem focado, cada vez mais, nas pessoas. A sociedade sai de uma cultura utilitarista, que troca a mão de obra exclusivamente por dinheiro, para a cultura de engajamento, propósito e equilíbrio. Para isto, é preciso a existência de organizações que promovam transformações positivas no mundo, e que pensam na geração de riqueza alida aos fundamentos de sustentabilidade, saúde e segurança psicológica. É este tipo de organização que queremos ser com a Zamp", diz Mafoane Odara em entrevista exclusiva à EXAME.

A conversa entre a executiva e Ariel Grunkraut, CEO da Zamp, começou há dois meses. "Estamos num processo de transformação uma marca que as pessoas não conhecem -- a Zamp -- e deve ser tão forte quanto BK e Popeyes. Pretendemos ser a companhia preferida do setor para o consumidor e para as pessoas trabalharem. Assim, desde que assumi a posição de CEO, em janeiro, tenho a certeza de que precisamos de pessoas certas, como a Mafoane, que fazem as perguntas difíceis, trazem provocações e evoluções", diz Ariel.

Exemplo disto é do nome da vaga, definido conjuntamente. "Quando falamos de gente, focamos na área, mas ao falar em pessoas estamos observando as questões de cada indivíduo", diz Mafoane. Psicóloga e mestre em Psicologia pela USP, Mafoane conta com experiências em empresas como Meta (Facebook), Instituto Avon e Ashoka, entre outras. É executiva em Recursos Humanos, colunista, consultora e professora. A executiva reporta diretamente para o CEO. Atualmente, a companhia busca uma pessoa para a vice-presidencia de pessoas e gestão, que deve ser definida ainda este ano.

Estratégia da Zamp

Em termos práticos, o trabalho de Mafoane estará dividido em pessoas, cultura e tecnologia. "Vamos trabalhar questões que vão de empatia e comunicação até como criar processos automatizados que considerem as diferentes realidades e repertórios dos funcionários", diz Mafoane. Já de acordo com Ariel, a nova diretoria também fica responsável por questões como recrutamento, retenção e remuneração.

Uma consideração importante para o desenvolvimento dos times é o treinamento da liderança inclusiva. Outro aspecto é entender as melhores oportunidades dentro dos novos contextos de trabalho. "Estamos, como sociedade, testando os melhores modelos. Na pandemia da covid-19, por exemplo, apenas 11% da população brasileira teve a oportunidade de trabalhar em casa, o que já mostra uma desigualdade muito grande. Agora, temos unidades do BK em outros países, por exemplo, testando oportunidades de maior equilibrio entre a vida pessoal e profissional. Por aqui, estamos avaliando quais elementos são importantes para que cada um se sinta valorizado", afirma Mafoane.

De acordo com ela, a questão é sobre uma real inclusão. "Os números da companhia mostram que há diversidade. Para além de evoluir nos dados, precisamos olhar a qualidade dos processos e das relações". Atualmente, pretos e pardos são 59% da Zamp; já nos cargos de liderança -- de coordenção para cima -- as pessoas negras são 32%. As mulheres são 53% do total; 52% na liderança dos restaurantes e 41% na liderança corporativa. Entre todos os funcionários, 22% se autodeclara LGBTI+; 5% são pessoas com deficiência e 89% têm menos de 30 anos. "É um público majoritariamente jovem, sendo 27% no primeiro emprego", diz Ariel.

O desafio é impactar não apenas os 15.000 funcionários da Zamp, mas também os de franqueados. "Num primeiro momento, o crescimento da marca BK se deu principalmente pela construção de lojas próprias. Neste novo ciclo vamos ter um equilíbrio de oportundidades de crescimento para BK e Popeyes a partir de lojas próprias e franqueados. Isto é, mais 7.000 funcionários das franquias envolvidos na jornada de gestão para que o cliente tenha a mesma experiência", diz Ariel.

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