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ESG não é política nem agenda social, é capitalismo, diz CEO da BlackRock

Em carta anual a investidores, Larry Fink afirma que, no mundo atual, as empresas devem criar valor para todos os stakeholders

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 (Alex Kraus / Bloomberg/Getty Images)

(Alex Kraus / Bloomberg/Getty Images)

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Rodrigo Caetano

Publicado em 18 de janeiro de 2022 às, 09h49.

Última atualização em 18 de janeiro de 2022 às, 09h50.

O CEO da BlackRock, maior gestora do mundo com 9,5 trilhões de dólares sob gestão, Larry Fink, escreve anualmente uma carta endereçada a investidores e empresas investidas. Há quase uma década, o tema tem sido o mesmo: o capitalismo de stakeholder. Fink é um dos maiores incentivadores da mudança de foco das empresas, do lucro a qualquer custo para a geração de valor a todas as partes interessadas (stakeholders).

Nesta terça-feira, 18, ele deixou claro que sua luta não é apenas por mais ética nos negócios. É por resultados. “O capitalismo de stakeholder não se trata de política. Não é uma agenda social ou ideológica. Não é "justiça social". É capitalismo, conduzido por relacionamentos mutuamente benéficos entre você e os funcionários, clientes, fornecedores e comunidades nos quais sua empresa depende para prosperar. Esse é o poder do capitalismo”, escreve o CEO na carta deste ano.

Essa tem sido a visão de muitos entusiastas desse novo capitalismo, também chamado de “consciente”. Seus defensores afirmam que, ao deixar de se preocupar apenas com o lucro, as empresas se voltam para a qualidade dos serviços e produtos que oferecem, abordam externalidades e mitigam riscos, o que, na prática, conduz a maiores retornos. Ou seja, não pensar no lucro traz mais lucro.

Fink justifica essa visão: “No mundo globalmente interconectado de hoje, uma empresa deve criar valor e ser valorizada por sua gama completa de stakeholders, a fim de oferecer valor de longo prazo para seus acionistas”, afirma. “É por meio de um capitalismo de stakeholders eficaz que o capital é alocado de maneira eficiente, as empresas obtêm lucratividade duradoura e o valor é criado e mantido em longo prazo.”

O lucro, para o CEO, ainda está no centro das decisões do mercado. “Não se engane, a busca justa pelo lucro ainda é o que anima os mercados; e a rentabilidade de longo prazo é a medida pela qual os mercados determinarão o sucesso da sua empresa no fim das contas”, diz ele. Porém, o mercado também está olhando para a consistência das empresas.

“Nunca foi tão essencial que os CEOs tenham uma voz consistente, um propósito claro, uma estratégia coerente e uma visão de longo prazo”, afirma Fink, ao comentar sobre a pandemia. “Os stakeholders dos quais sua empresa depende para gerar lucros para os acionistas precisam ouvir diretamente de você – estar engajados e ser inspirados por você. Eles não querem nos ouvir, como CEOs, opinar sobre cada questão do dia, mas precisam saber nossa posição em relação às questões sociais intrínsecas ao sucesso de longo prazo de nossas empresas.”

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