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Empresas listadas na bolsa reduziram diversidade na alta liderança no último ano, aponta B3

Pesquisa da bolsa de valores brasileira aponta que companhias de capital aberto diminuíram sua representação de pessoas pretas e pardas na comparação com o último ano, além de ainda ter dados preocupantes de gênero

56% das empresas não têm mulheres em suas diretorias estatutárias e 37% não contam com presença feminina nos conselhos de administração (monkeybusinessimages/Getty Images)

56% das empresas não têm mulheres em suas diretorias estatutárias e 37% não contam com presença feminina nos conselhos de administração (monkeybusinessimages/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 3 de outubro de 2024 às 18h36.

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A B3, a bolsa de valores brasileira, divulgou a quarta edição do estudo "Mulheres em Ações", que mapeia a presença de mulheres e pessoas negras em cargos de liderança de 359 empresas de capital aberto.

O levantamento traz um cenário preocupante sobre a diversidade no mercado brasileiro, indicando que 56% das empresas não têm mulheres em suas diretorias estatutárias e 37% não contam com presença feminina nos conselhos de administração.

O estudo, que levou em conta os dados de 359 empresas listadas, apresenta uma situação ainda mais preocupante quando falamos de cor e raça. Das companhias avaliadas, 98,6% não têm nenhum diretor estatutário preto e 87,7% não possuem diretores pardos.

Na comparação com o último ano, houve uma piora: no último ano eram 337 empresas sem pessoas pretas na diretoria estatutária, enquanto neste ano são 354. Entre pardos, a representatividade era inexistente em 305 empresas, enquanto atualmente são 315.

No caso dos conselhos de administração, 96,6% não possuem conselheiros pretos e 90% não contam com conselheiros pardos. Esses números representam um aumento amargo em comparação ao ano anterior, quando 337 empresas não tinham diretores pretos e 328 não tinham conselheiros negros, contra os 347 e 323 atuais, respectivamente.

Diminuição dos esforços ESG

Segundo Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3, a presença de uma única pessoa de grupos sub-representados nos órgãos de administração pode ter efeitos limitados.

“A diversidade em lideranças e conselhos é vital para fortalecer a competitividade e a resiliência das companhias, oferecendo diferentes perspectivas e decisões mais bem-informadas, além de aprimorar a reputação e atratividade para talentos também diversos”, conta. “Na B3, estamos firmemente comprometidos em promover um ambiente mais inclusivo e igualitário.”

O estudo sugere que, para alcançar uma influência real nas tomadas de decisão, é preciso aumentar a participação de mulheres e pessoas negras em cargos de liderança, criando uma "massa crítica" que impacte de forma efetiva as estratégias das empresas.

Como forma de acelerar a jornada de diversidade nas empresas listadas, a B3 implementou que, até 31 de maio do próximo ano, as companhias listadas na bolsa devem apresentar evidências das suas ações nas seguintes práticas:

  • Presença de ao menos uma mulher, pessoa negra, indígena, da comunidade LGBTQIAP+ ou com deficiência nos conselhos de administração ou diretoria estatutária;
  • Estabelecimento de critérios de diversidade na indicação de membros da administração;
  • E, em caso de remuneração variável, incluir padrões e metas ESG na política de remuneração dos administradores.

Até 31 de maio de 2026, as companhias listadas deverão contar com a presença de uma mulher e um integrante de uma comunidade sub-representada em seus cargos de importância.

Acompanhe tudo sobre:B3DiversidadeMulheresNegrosMulheres executivas

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