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Em Singapura, apoio à legalização do casamento gay cresce. Mas o sexo entre homens é proibido

Lei dos tempos coloniais ainda está em vigor, embora não seja aplicada. Lawrence Wong, provável novo primeiro-ministro, quer mudança, mas igrejas resistem

Lawrence Wong, vice-primeiro-ministro de Singapura: “Há muitos segmentos para os quais não se trata apenas da lei, mas a lei é um indicador para outras coisas, a sociedade, valores sociais, a família, o casamento” (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

Lawrence Wong, vice-primeiro-ministro de Singapura: “Há muitos segmentos para os quais não se trata apenas da lei, mas a lei é um indicador para outras coisas, a sociedade, valores sociais, a família, o casamento” (Bloomberg / Colaborador/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 17 de agosto de 2022 às 10h51.

Singapura busca um compromisso na revisão de uma lei da era colonial que proíbe o sexo entre homens, já que a regra serve como um indicador para valores importantes à sociedade, disse o vice-primeiro-ministro, Lawrence Wong.

“Em Singapura, há muitos segmentos para os quais não se trata apenas da lei, mas a lei é um indicador para outras coisas, coisas com as quais se preocupam, sobre a sociedade, valores sociais, sobre a família, o casamento”, disse Wong, de 49 anos. Também ministro das Finanças e o primeiro na fila para assumir o posto de primeiro-ministro na sucessão, Wong concedeu entrevista na segunda-feira ao editor-chefe da Bloomberg, John Micklethwait.

Autoridades da cidade-estado sinalizaram que uma revisão da regra, conhecida como Seção 377A do Código Penal e que não tem sido aplicada de forma ativa há mais de uma década, não legalizará o casamento gay. Embora pesquisas tenham indicado mais apoio à descriminalização, alguns grupos religiosos têm se manifestado em querer salvaguardar a atual posição legal de que o casamento pode ocorrer apenas entre um homem e uma mulher.

Wong afirmou que, embora o governo esteja ciente de que as opiniões sobre a lei “evoluíram”, são um assunto à parte das posturas sobre “família e casamento”, sobre as quais as pessoas têm concepções mais arraigadas. Autoridades avaliam como avançar sem causar “divisões mais profundas em nossa sociedade”.

Quando questionado sobre garantias para estrangeiros que trabalham no polo financeiro e comercial e que enfrentam dificuldades na obtenção de vistos para parceiros do mesmo sexo, Wong disse que autoridades receberam alguns comentários dessas pessoas e “conseguiram lidar com alguns deles caso a caso”

Nos últimos anos, várias tentativas de derrubar a Seção 377A fracassaram nos tribunais de Singapura. Taiwan é a única jurisdição asiática que reconhece legalmente o casamento entre pessoas do mesmo sexo, embora a Tailândia tenha começado a permitir as uniões este ano.

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