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1% mais rico tem impacto 26 vezes maior nas ondas de calor extremo, aponta estudo global

Pesquisa revela a contribuição desproporcional das grandes fortunas para as mudanças climáticas e os desafios na tributação de super-ricos

Pesquisa ainda aponta que os mais ricos são responsáveis por mais de 60% do aquecimento global desde a década de 1990 (Debarchan Chatterjee/NurPhoto via Getty Images/Getty Images)

Pesquisa ainda aponta que os mais ricos são responsáveis por mais de 60% do aquecimento global desde a década de 1990 (Debarchan Chatterjee/NurPhoto via Getty Images/Getty Images)

Letícia Ozório
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 10 de maio de 2025 às 13h30.

Última atualização em 12 de maio de 2025 às 14h44.

O 1% mais rico da população mundial teve um impacto 26 vezes maior para as ondas de calor extremo do que o restante das pessoas. A informação é de um estudo publicado na revista científica Nature Climate Change, que ainda informa que a contribuição dessa população para as secas na Amazônia é 17 vezes maior.

Segundo a pesquisa, que combinou dados econômicos e simulações climáticas, os mais ricos são responsáveis por mais de 60% do aquecimento global desde a década de 1990. Esse efeito sobre as mudanças climáticas é causado, principalmente, pelos hábitos de consumo e investimento dessa parcela da população.

Efeito dos mais ricos nas mudanças climáticas

Duas nações são as principais responsáveis por esse feito: as emissões dos 10% mais ricos dos Estados Unidos e China são responsáveis por quase metade das emissões de carbono globais.

De acordo com a autoria principal do artigo, Sarah Schoengart, que concedeu entrevista à AFP, a pegada de carbono da população mais rica se relaciona diretamente com os impactos ambientais do mundo.

Nos últimos 30 anos, a queima de combustíveis fósseis e o desmatamento geraram um aumento de 1,3°C na superfície da Terra.

Emissão de CO2 do 1% mais rico

Pesquisas anteriores indicam que a tributação de emissões relacionadas a ativos tem se mostrado mais justa em comparação com os impostos gerais sobre gases de efeito estufa, que acabam prejudicando mais os indivíduos de classes mais baixas.

No entanto, várias propostas para aumentar a carga tributária sobre os mais ricos e as grandes corporações foram estagnadas, especialmente desde o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA.

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No Brasil, foi sugerido no ano passado um imposto de 2% sobre a riqueza líquida de pessoas com mais de US$ 1 bilhão (aproximadamente R$ 5,7 bilhões, na cotação atual).

Embora os líderes do G20 tenham se comprometido a colaborar para garantir que as grandes fortunas sejam adequadamente tributadas, ainda não houve nenhum progresso significativo na implementação de políticas fiscais mais rigorosas para essa classe.

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