Urna eletrônica será usada na votação deste domingo (Fabio Pozzebom/Agência Brasil)
Poucas vezes uma disputa eleitoral provocou tanto interesse na população. Ao menos é o que dizem as pesquisas eleitorais. E elas, as sondagens de opinião, estão entre os assuntos que trazem mais polêmica e debates, seja entre os eleitores, seja entre jornalistas e outros especialistas. Até porque nunca houve tantas pesquisas, tão antes das eleições. Todas as semanas, mais de um resultado é divulgado, sempre com destaque. E o excesso de informações pode confundir, à medida em que os números variam.
A distância entre dois candidatos pode ser de dez pontos numa sondagem divulgada na segunda-feira, de cinco em outra que saiu na quarta e de doze na pesquisa de sexta-feira. Mais que variações nas intenções de voto, as mudanças nos números podem ser explicadas por diferenças na metodologia de cada instituto.
Para tentar ajudar os eleitores a se guiar nesse labirinto de números, alguns dos principais veículos do Brasil adotaram uma ferramenta importante: os agregadores de pesquisas. Eles fazem uma média ponderada das pesquisas que estão no mercado e apontam uma tendência. Com isso, é possível entender a curva geral da evolução das intenções de voto em cada candidato.
Não é uma tarefa fácil. O grande desafio é definir qual peso dar a cada instituto de pesquisas. É aí que entram a experiência e a inteligência de cientistas políticos, estatísticos e outros profissionais.
Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva e responsável por um agregador divulgado pela CNN Brasil explica: “Nós fomos olhar o histórico de acerto de cada instituto de pesquisa. Nós olhamos os métodos de pesquisas utilizados. Se foram pesquisas telefônicas, pesquisas presenciais, online, calculamos a margem de erro de acordo com o número de brasileiros, de eleitores que foram pesquisados”
“Com isso, nós conseguimos saber exatamente o peso adequado de cada nova pesquisa que dá, possibilitando ao telespectador da CNN saber naquele exato momento se o resultado da última pesquisa conversa ou não com os resultados anteriores, dando uma média de todas as pesquisas oficiais registradas no TSE [Tribunal Superior Eleitoral], isso facilita, inclusive, aos eleitores enxergarem as tendências nas eleições presenciais no Brasil”.
Isso não significa que os agregadores sejam todos iguais ou que não haja espaço para debates sobre eles. Na quinta-feira, uma comparação entre quatro grandes agregadores de pesquisa mostrava diferenças médias entre 10 e 16 pontos na votação dos dois primeiros colocados nas pesquisas eleitorais. Mas um olhar atento mostrava que as linhas dos gráficos de todos eles eram semelhantes. E, mais de três meses antes das eleições, o que se deve analisar são tendências, mais do que simples números.