Esfera Brasil

Um conteúdo Esfera Brasil

Mineração em áreas próximas a centros urbanos gera polêmica

Caso de licenciamento ambiental concedido a Taquaril Mineração em Belo Horizonte traz assunto à tona

Prédios (Germano Lüders/Exame)

Prédios (Germano Lüders/Exame)

Uma polêmica entre a prefeitura de Belo Horizonte e a Taquaril Mineração S.A (Tamisa) acende o alerta para a questão da mineração em áreas próximas a grandes centros urbanos. A empresa em questão recebeu, recentemente, o aval da Comissão Estadual de Política Ambiental (Copam) para obter licenças e se instalar na Serra do Curral, importante área verde da capital mineira.

A prefeitura de BH entrou com pedido na justiça pedindo a suspensão do licenciamento. Com o auxílio de quatro geólogos, o município realizou um levantamento que mostra que a exploração na região pode comprometer a estabilidade do Pico Belo Horizonte e até levar a um deslizamento do marco topográfico.  A ação, inicialmente apresentada à Justiça Federal, foi encaminhada para a Justiça Estadual de Minas Gerais, onde será julgada.

A Tamisa pretende instalar um complexo minerário de grande porte na Serra do Curral e construir uma rodovia para escoar a produção da área. O local em que será instalado o complexo tem potencial de exploração de quatro milhões de toneladas de minério por ano.

Normalmente, empresas que obtém licença ambiental precisam adotar ações de compensação. Segundo o governo de Minas Gerais, a Tamisa terá que cumprir, entre outras obrigações, compensações ambientais e florestais impostas pela legislação, que incluem a preservação e/ou recuperação de cerca de 4 vezes a área total suprimida, além de investir 0,5% do valor total de investimentos do projeto em ações ambientais.

Em reunião na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o vice-presidente da instituição, Carlos Auricchio, e o diretor da entidade, Antero Saraiva Junior, apontaram que os municípios são responsáveis por definir o plano diretor, que inclui o uso e ocupação do solo, e muitos não têm interesse em manter a mineração no espaço urbano. No entanto, há diversos pontos a serem levados em consideração quando se fala da exploração próxima a cidades.

De acordo com Antero Saraiva Junior, a mineração de agregados, como areia e brita, por exemplo, são materiais de baixo valor e o transporte muitas vezes é mais alto do que o próprio carregamento. “Por essa razão a ideia de extrair esses minerais próximos aos pontos de aplicação, ou seja, nos centros urbanos, é uma forma de equilibrar o mercado. Quanto mais longe, mais impacta no custo”, complementou o vice-presidente da Fiesp.

Mais de Esfera Brasil

Como reuniões do Copom e Fed devem influenciar trajetória de juros no Brasil e nos EUA

Como ficaria o desenho da Câmara dos Deputados com mudança na distribuição de assentos por estados

Criação de Autoridade Climática segue dividindo pontos de vista no governo

Imposto seletivo deve ser calibrado para conter consumo de álcool e tabaco, diz Banco Mundial