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Senadores petistas estipulam condição para aprovarem medidas

Os políticos querem que Dilma não vete nova regra de aposentadoria, que aumenta o tempo de contribuição dos trabalhadores

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	Aposentados: desde 1999, o mecanismo que reduz a aposentadoria de quem se aposenta mais cedo foi responsável por uma economia de R$ 35 bilhões aos cofres da Previdência Social
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Aposentados: desde 1999, o mecanismo que reduz a aposentadoria de quem se aposenta mais cedo foi responsável por uma economia de R$ 35 bilhões aos cofres da Previdência Social (.)

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Ricardo Brito

Publicado em 14 de maio de 2015 às, 12h29.

Brasília - Para aprovar na próxima semana as duas Medidas Provisórias do ajuste fiscal (665 e 664), senadores do PT vão cobrar da presidente Dilma Rousseff o compromisso de que ela não vetará uma emenda da MP 664 que cria uma alternativa do fator previdenciário.

A nova fórmula, aprovada na quarta-feira, 13, à noite pelo plenário da Câmara dos Deputados, muda o cálculo para a concessão de aposentadorias e preocupa o Planalto.

O fator previdenciário, atualmente em vigor, reduz o valor do benefício de quem se aposenta por tempo de contribuição antes de atingir 65 anos (nos casos de homens) ou 60 (mulheres).

O tempo mínimo de contribuição para aposentadoria é de 35 anos para homens e de 30 para mulheres. Essa regra foi criada em 1999 pelo governo Fernando Henrique Cardoso como forma de conter os gastos da previdência social.

Na votação da MP 664, contudo, os deputados aprovaram uma emenda que propõe a adoção da fórmula 85/95. Por meio dela, o trabalhador se aposenta com proventos integrais (com base no teto da Previdência, atualmente R$ 4.663,75) se a soma da idade e do tempo de contribuição resultar 85 (mulheres) ou 95 (homens).

Favoráveis à nova fórmula, os senadores pelo PT Walter Pinheiro (BA) e Paulo Paim (RS) já anunciaram que vão defender sua aprovação no Senado e querem que o governo assuma o compromisso de mantê-la como garantia para aprovar as duas MPs do ajuste fiscal.

A dupla já havia apresentado uma emenda com igual teor quando a MP 664 tramitou na comissão mista. Mas ela não chegou a passar pelo colegiado, somente agora pelo plenário da Câmara, com uma emenda do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP).

Desde a noite dessa quarta, após a aprovação da emenda, os dois petistas começaram a articular adesões com o intuito de cabalar votos de pelo menos 40 senadores de apoio à nova fórmula.

"Já estamos mobilizando outros parlamentares para engrossar o coro dos colegas favoráveis à mudança no fatos previdenciário e, após a aprovação, queremos o compromisso do Executivo na manutenção do texto. Caso haja veto, vamos também trabalhar para a derrubada dele", avisou Walter Pinheiro.

Durante as audiências públicas para a discussão da MP 664, o ministro da Previdência Social, Carlos Gabas, afirmou que Dilma estava disposta a abrir a mesa de negociações, o que incluía a questão do fator previdenciário.

Ele afirmou, porém, que era impossível acabar com o fator previdenciário sem colocar nenhuma regra no lugar dele para garantir a sustentabilidade da Previdência.

Em entrevista, o ministro já tinha defendido a mesma fórmula como início das discussões para o fim do fator previdenciário.

De 1999 até o fim deste ano, esse mecanismo que reduz a aposentadoria de quem se aposenta mais cedo foi responsável por uma economia de R$ 35 bilhões aos cofres da Previdência Social. O Congresso já acabou com o fator previdenciário em 2010, mas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou a medida.

Segundo Gabas, a idade média de aposentadoria por contribuição no Brasil é de 54 anos e a expectativa de vida dos brasileiros é de 84 anos, uma conta que não fecha porque o aposentado recebe benefícios por 30 anos, em média.

Para receber a aposentadoria integral, a única regra atual é ter 60 anos ou 65 anos, respectivamente, para mulheres e homens, e ter contribuído por, no mínimo, 15 anos. A nova fórmula, portanto, aumenta a exigência para receber o benefício integral sem a redução prevista no fator previdenciário.

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