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"PT pode gastar menos e fazer mais na área social", diz Raul Velloso

Para obter o saldo positivo necessário nas contas públicas em 2003, o PT terá de fazer cortes na área social. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (27/1) pelo economista Raul Velloso. De acordo com o especialista em contas públicas, apenas corte de pessoal como o que PT já estuda -- não bastará para fazer o […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h14.

Para obter o saldo positivo necessário nas contas públicas em 2003, o PT terá de fazer cortes na área social. A avaliação foi feita nesta segunda-feira (27/1) pelo economista Raul Velloso. De acordo com o especialista em contas públicas, apenas corte de pessoal como o que PT já estuda -- não bastará para fazer o ajuste fiscal necessário. O corte terá de ser em investimentos e serviços, ou seja, atingirá a área social , afirmou Velloso. Só que o PT pode gastar menos e fazer mais, porque há muita ineficiência nessa área .

O corte necessário fica na casa dos 10 bilhões de reais. Essa é a queda de arrecadação prevista de 2002 (288,6 bilhões de reais) para 2003 (278,2 bilhões). Por isso, o Orçamento da União prevê redução de despesas da mesma ordem, de 255,6 bilhões de reais no ano passado para 246,4 bilhões neste ano. Vai sangrar, mas vai dar para cortar , disse Velloso, durante o seminário Governo Lula: Perspectivas para o primeiro semestre , promovido pela consultoria política Arko Advice.

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O economista insistiu em um ponto como questão central da economia brasileira: a percepção de risco do país. Para Velloso, o governo do PT poderá ser considerado bem-sucedido se a taxa de risco-país média ao longo da gestão Lula ficar abaixo de 8%. Esse foi o índice dos oito anos da gestão Fernando Henrique Cardoso, ao qual correspondeu uma taxa de crescimento média do PIB de 2,3%, insuficiente para reduzir o desemprego. A maior taxa de risco da história brasileira, 24,4%, ocorreu durante a campanha presidencial de 2002. Após a eleição, ela recuou para 12,2%, num movimento que Velloso chama de efeito Palocci .

O cientista político Murillo de Aragão e o diretor do Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), Antônio de Queiroz, apresentaram perspectivas otimistas do relacionamento do Executivo com o Congresso. O governo terá base majoritária , afirmou Aragão. Eles discordaram, porém, sobre a melhor ordem de encaminhamento das reformas. Aragão defende que seja a previdenciária, para melhorar o mais rápido possível a percepção externa de risco-país. Queiroz considera a reforma tributária mais importante, por gerar efeito mais rapidamente na competitividade e na qualidade do ajuste fiscal.

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