Economia

Projeto em resposta a medidas econômicas de Trump deve ser votado na Câmara nesta quarta

PL vai manter orientação para obstrução, mas adesão deve ser baixa entre os deputados

Tarifas: Trump promete anunciar hoje uma nova rodada de impostos de importação sobre produtos de vários países (Pablo Valadares / Câmara dos Deputados/Flickr)

Tarifas: Trump promete anunciar hoje uma nova rodada de impostos de importação sobre produtos de vários países (Pablo Valadares / Câmara dos Deputados/Flickr)

Agência o Globo
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Publicado em 2 de abril de 2025 às 11h51.

Última atualização em 2 de abril de 2025 às 11h56.

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O projeto de lei que permite ao Brasil retaliar com sanções países que adotem ações comerciais prejudiciais à economia chegou à Câmara dos Deputados na noite de terça-feira, 1º, e deve ser votado em plenário ainda nesta quarta, 2. O PL, partido de Jair Bolsonaro, afirma que será mantida a orientação para obstrução, mas a tendência é que o movimento tenha pouca adesão e seja vencido. O texto foi aprovado por 70 votos a 0 no Senado.

O projeto da reciprocidade será anexado a outro, de tema parecido, que já tem urgência aprovada pelos deputados e, portanto, poderá ir direto para votação em plenário.

"Chegando do Senado, a gente vota. Obstrução foi vencida [ontem], a matéria foi votada", disse o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), na noite de terça-feira, 1º.

O relator da proposta, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-PR), disse que tentaria convencer o PL a paralisar a obstrução.

"Mesmo não sendo uma pauta previsível, existe uma compreensão dos líderes. Estamos falando com o PL. O problema não é só do agro, mas o agro sente isso de forma especial. O governo e a oposição no Senado concordaram, queremos fazer algo parecido aqui", disse.

Trump anuncia tarifaço

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quer reformular as principais parcerias comerciais do país com uma nova estratégia que ele chama de “tarifas recíprocas”. O republicano promete anunciar hoje uma nova rodada de impostos de importação sobre produtos de vários países que chegam aos EUA, no que ele tem chamado de “Dia da Libertação”.

A retórica vem da visão de Trump de que seu país sofre tratamento injusto de outros países, que vendem para os EUA (historicamente uma economia liberal com poucas barreiras comerciais) e cobram taxas de produtos americanos em seus mercados para impedir a competição com produtos nacionais.

O Brasil está na mira da Casa Branca. Anteontem, o etanol brasileiro foi citado em um relatório do governo americano como exemplo de relação comercial injusta com os EUA, já que o similar americano paga taxa mais alta no Brasil que vice-versa. Outras queixas também aparecem no texto.

As tarifas dos EUA poderão ser lineares, aplicadas a todos os produtos de um país, e ir de 10% a 25%. Isso pode tornar uma série de produtos brasileiros sem competitividade nos EUA, do suco de laranja aos aviões da Embraer. Sem falar no aço e no alumínio, que já sofreram taxação de 25% e podem agora ter mais uma tarifa.

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