PIB brasileiro cresce 6,1% no terceiro trimestre
Trata-se da maior taxa desde o terceiro trimestre de 1996. Recuperação de setores como construção civil e comércio contribuíram para o desempenho
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h12.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil encerrou o terceiro trimestre com crescimento de 6,1% em relação a igual período do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa é a maior desde o terceiro trimestre de 1996, quando a expansão foi de 6,3%. A recuperação de diversos subsetores da economia, como a construção civil, o comércio e a agropecuária, foi a principal alavanca da expansão desse trimestre.
A indústria da construção civil, por exemplo, avançou 11,6% entre julho e setembro, em relação a igual período do ano passado, quando registrou queda de 7% sobre o terceiro trimestre de 2002. Na mesma comparação, o comércio cresceu 10,4%, contra uma retração de 5,2% em 2003. As atividades agropecuárias, que encolheram 3,3% em 2003, registraram agora um incremento de 4,9%. O PIB do setor financeiro, que havia recuado 1,1% no ano passado, fechou setembro em alta de 5,4%.
Na comparação entre o segundo e o terceiro trimestres de 2004, porém, os números são mais modestos. O PIB brasileiro cresceu 1% no período. O principal destaque dessa comparação é a inversão de papéis entre a indústria de transformação e a agropecuária. Em crescimento há cinco trimestres, a indústria consolidou a dianteira na expansão do PIB e registrou uma taxa de 2,8% entre julho e setembro, em relação ao trimestre imediatamente anterior, quando já havia crescido 1,5%.
Já a agropecuária, que vinha se destacando como locomotiva do crescimento econômico, encerrou setembro com resultado negativo de 3,6% em relação ao segundo trimestre, quando seu crescimento foi de 1,2%. A taxa de crescimento do setor vem desacelerando desde o terceiro trimestre do ano passado, quando a agropecuária registrou 6,2%.
Investimentos em capital
As empresas também emitem sinais de que continuam o processo de investimento na expansão da capacidade instalada, afastando um dos principais temores do governo o de que a recuperação econômica tropece numa onda inflacionária de demanda. A Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) subiu 6,7% no terceiro trimestre, em relação aos três meses imediatamente anteriores. É a maior taxa desde 1994, segundo o IBGE.
Desde o primeiro trimestre deste ano, a FBCF vem aumentando o ritmo de expansão. Entre janeiro e março, a taxa foi de 2,8%, subindo para 4,8% no segundo trimestre e para 6,7%, agora.
Consumo
Na comparação com o terceiro trimestre de 2003, houve um incremento de 5,7% no consumo das famílias a maior taxa desde 1997. Segundo o IBGE, o principal motivo foi o aumento de 5,3% da massa salarial nesse período.
No acumulado do ano, o PIB brasileiro cresceu 5,3% até setembro, em relação a igual período de 2003. É o maior resultado desde 1995, quando houve uma expansão de 6,4% nos primeiros nove meses do ano. Nessa mesma comparação, a indústria e a agropecuária cresceram 6,3% e 5,6%, respectivamente, e os serviços, 3,8%. Já nos últimos 12 meses encerrados em setembro, o PIB avançou 4,2%.