Economia

“O dia amanheceu mais tenso no mundo em função do que foi dito na campanha”, diz Haddad, sobre Trump

Segundo o ministro da Fazenda, a nova gestão do ex-presidente terá “muitos graus de liberdade” com a vitória “inequívoca” no parlamento

Fernando Haddad: segundo o ministro da Fazenda, apesar das tensões, o discurso de Trump após os primeiros resultados foi mais moderado que o da campanha (Ton Molina/Getty Images)

Fernando Haddad: segundo o ministro da Fazenda, apesar das tensões, o discurso de Trump após os primeiros resultados foi mais moderado que o da campanha (Ton Molina/Getty Images)

Antonio Temóteo
Antonio Temóteo

Repórter especial de Macroeconomia

Publicado em 6 de novembro de 2024 às 10h12.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira, 6, que é preciso aguardar os desdobramentos do governo Donald Trump a partir de 2025, quando ele tomará posse como presidente dos Estados Unidos. Segundo ele, “o dia amanheceu mais tenso no mundo” em função do que foi dito na campanha. Além disso, o chefe da equipe econômica avaliou que a gestão do republicano terá muitos graus de liberdade diante da vitória “inequívoca” do partido no Senado e na Câmara.

“Mas vamos ver os desdobramentos do governo Trump a partir do ano que vem. Como eu disse, muito do que foi dito na campanha, possivelmente, vai ser moderado, vai ser mediado pela sociedade, apesar da vitória ter sido inequívoca no parlamento, tanto no Senado, quanto na Câmara. O governo terá muitos graus de liberdade”, disse.

Segundo Haddad, apesar das tensões, o discurso de Trump após os primeiros resultados foi mais moderado que o da campanha.

“Temos que aguardar um pouquinho e cuidar da nossa casa, do Brasil, das finanças, da economia, para ser o menos afetado possível qualquer que seja o cenário externo. Mas o cenário externo já vem sendo desafiador há alguns meses. Estamos dizendo isso desde o ano passado, quando estávamos negociando as medidas com o Congresso Nacional, eu dizia que era preciso ter muita cautela interna em virtude do que estava acontecendo no mundo”, disse.

O ministro da Fazenda também afirmou não é possível dizer quais serão os efeitos políticos da eleição de Trump no Brasil já que não há um “casamento” entre as eleições no Brasil e nos Estados Unidos.

“Existe um fenômeno de extrema direita no mundo crescente. Todos os analistas políticos dizem isso. Há um crescimento da significativo. Mas isso não é de agora. Isso vem acontecendo desde 2016. O importante é a democracia continuar resistindo”, disse.

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