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Neurotech: busca por crédito cai 4% em agosto; 1ª queda desde pandemia

Declínio reflete retração das vendas do varejo pelo comprometimento da renda e inadimplência do brasileiro

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Crédito do varejo cedeu 29% em agosto (Adam Gault/Getty Images)

Crédito do varejo cedeu 29% em agosto (Adam Gault/Getty Images)

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Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de setembro de 2022 às, 13h14.

A procura por financiamento no Brasil tem retração inédita em agosto, em meio à perda de tração das vendas varejistas. No mês passado, o Índice Neurotech de Demanda por Crédito (INDC) encolheu 4% na comparação com igual período de 2021. Só a demanda por crédito no varejo cedeu 29% em agosto de 2022 em relação ao mesmo mês do ano passado, informa a Neurotech.

"Pela primeira vez desde início a pandemia, que marcou a estagnação da economia brasileira, a demanda por crédito no Brasil registrou queda na comparação anual", diz a empresa.

O declínio da busca por financiamento no varejo completa o segundo mês consecutivo. Em julho, houve recuo de 17%, enquanto o setor financeiro e de serviços tiveram alta. Em agosto, o INDC de bancos e financeiras registrou alta de 4% e o serviços apresentou queda de 2% na comparação interanual.

"A queda da demanda do crédito para o varejo está relacionada à retração das vendas do comércio diante do comprometimento da renda do brasileiro e inadimplência", explica Breno Costa, diretor da Neurotech.

O volume de vendas do comércio varejista caiu 0,8% em julho em relação a junho, sendo o terceiro mês seguido de variação negativa, como informou nesta semana o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado surpreendeu o mercado, que esperava alta de 0,2% conforme a mediana das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast. Em relação a julho de 2021, as vendas cederam 5,2%, recuo maior do que o previsto, que era queda de 3,0%.

Além dos dados do IBGE, o diretor da Neurotech cita ainda números da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) que reforçam quadro de cautela. Segundo menciona, a taxa de endividamento das famílias alcançou 19,4%, uma alta de 1,2 ponto porcentual em relação com agosto de 2021. Já a inadimplência chegou a 29,6% do total de famílias no País, o maior nível desde o começo da série histórica em 2010, acrescenta Costa.

Na avaliação do executivo da Neurotech, os dados só demonstram que a demanda por crédito tende a arrefecer no varejo. "Há um esgotamento do consumo por conta do comprometimento da renda do brasileiro, o que provocou esta forte queda nos últimos dois meses na comparação com o mesmo período do ano passado", explica.

Segmentos

A maior queda da demanda por crédito foi registrada no setor moveleiro, de 55%, em agosto no confronto com o mesmo mês de 2021. Em seguida, aparece o segmento de eletrodomésticos, com retração de 50% no INDC, "o que demonstra que os brasileiros estão buscando priorizar itens essenciais no seu orçamento". Na contramão, os supermercados registram aumento de 12% na busca por financiamento.

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