Acompanhe:

Negociadores têm até julho para destravar liberalização comercial

Especialistas reunidos em evento promovido pelo Banco Mundial e Fipe convergem na avaliação de que a OMC perde influência se não romper impasses até final de julho

Modo escuro

Continua após a publicidade
EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

R
Ricardo Muniz

Publicado em 9 de outubro de 2008 às, 10h47.

As próximas semanas serão cruciais para o futuro da liberalização comercial mundial. Caso a renúncia às metas ambiciosas lançadas em 2001 em Doha não surta efeito, a perspectiva é duplamente negativa: uma "hibernação" do multilateralismo que pode durar anos e uma proliferação de acordos bilaterais. Segundo o cronograma, os negociadores têm até julho para concluir o framework, a estrutura básica de negociação, no jargão diplomático.

A conclusão é do painel "A Agenda de Desenvolvimento de Doha: Estado Atual", em encontro promovido pelo Banco Mundial e organizado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas da Universidade de São Paulo (Fipe-USP) nesta terça-feira (15/6). "Se a negociação não avançar em julho, o processo vai entrar em hibernação", afirma Carlos Primo Braga, conselheiro de comércio internacional do Banco Mundial. "Se não for em julho, vai levar muitos anos para se reiniciar o processo", concorda Eduardo Perez Motta, embaixador do México na Organização Mundial do Comércio (OMC).

Além da consciência de que há "poucos dias para enviar um sinal", é preciso, segundo Motta, desistir da pretensão de substituir Cancún, que sediou a última reunião ministerial da OMC, ano passado, e virou sinônimo de fracasso na negociação da abertura comercial. "Cancún já é parte do passado. Temos de olhar para julho, e juntar o mínimo de elementos de um pacote para manter o processo vivo. Não estamos atrás de detalhes, mas de molduras."

"Alguma coisa"

É justamente a falta de detalhes que preocupa Marcos Jank, presidente do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone). "Estamos perdendo ambição. Não se fala mais em números, apenas em alcançar uma framework em julho." Para Jank, essa modéstia pode, na verdade, denunciar que, apesar dos discursos, a OMC perdeu relevância de fato. "Não tenho certeza de que a OMC seja prioridade. Nas Américas já existem 59 acordos bilaterais ou sub-regionais. Se não houver Alca, explodirão para mais de cem."

Além de preocupar-se com o cronograma até julho, Motta também sugere atenção redobrada para o que vai acontecer em Genebra (sede da OMC) na próxima semana. "A semana que vem será dedicada à discussão sobre agricultura. E sem agricultura, nada mais será resolvido."

Diante das ansiedades, a voz do otimismo veio de Alberto Campeas, diretor da OMC: "estou certo de que teremos alguma coisa até o final de julho".

Últimas Notícias

Ver mais
Rebelião em Franco da Rocha foi questão pontual, diz Alckmin
Brasil

Rebelião em Franco da Rocha foi questão pontual, diz Alckmin

Há 7 anos

Tarifas da CPFL Piratininga, Bandeirante e Celg diminuirão
seloNegócios

Tarifas da CPFL Piratininga, Bandeirante e Celg diminuirão

Há 7 anos

Tarifas da CPFL Piratininga, Bandeirante e Celg diminuirão
seloNegócios

Tarifas da CPFL Piratininga, Bandeirante e Celg diminuirão

Há 7 anos

Estudantes em SP protestam contra reforma do ensino médio
Brasil

Estudantes em SP protestam contra reforma do ensino médio

Há 7 anos

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais