Economia

Missão de Lula e empresários na África deve assinar 40 acordos

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste sábado (1/11) para a África para uma visita de oito dias, com o objetivo de aproximar o Brasil do continente africano, que juntamente com os países do Mercosul, compõem a prioridade da política externa de seu governo. Lula vai a cinco países africanos: São Tomé e […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou neste sábado (1/11) para a África para uma visita de oito dias, com o objetivo de aproximar o Brasil do continente africano, que juntamente com os países do Mercosul, compõem a prioridade da política externa de seu governo. Lula vai a cinco países africanos: São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Namíbia e África do Sul. Nesse périplo, o presidente vai assinar mais de quarenta acordos de cooperação nas áreas de agricultura, educação e saúde. Na comitiva, além de vários ministros, seguem 160 empresários de vários setores. No aspecto econômico, a África representa um mercado importante para o Brasil. Em 2002, as exportações para o continente chegaram a US$ 2,3 bilhões e as importações atingiram US$ 2,6 bilhões. Estão previstas as assinaturas de cerca de 40 acordos que consumirão um investimento de R$ 500 milhões.

O presidente Lula vai inaugurar a embaixada brasileira em São Tomé e Príncipe e assinará acordos para ajudar o país a criar uma agência nacional de petróleo para regular a exploração. O governo quer que técnicos do país africano venham ao Brasil conhecer a gestão da Agência Nacional de Petróleo brasileira. A produção angolana de petróleo pode alcançar 2 milhões de barris ao dia ainda no ano que vem. O país já é o oitavo maior fornecedor para o mercado americano e a perspectiva é de chegar em breve a produzir de 12% a 14% do petróleo consumido pelos EUA. Nos próximos meses, deve entrar em operação a Hidrelétrica de Capanda, no rio Kwanza, principal obra de infra-estrutura em curso atualmente no país. O empreendimento conta com a consultoria de Furnas e foi financiado com crédito brasileiro de US$ 1 bilhão ao longo das duas últimas décadas. No caso da Petrobrás, que há 24 anos mantém representação no país, os resultados ainda são tímidos, em comparação com o salto recente na produção brasileira. Em parceria com companhias internacionais, uma área é explorada e outra se encontra em fase de pesquisa. Cerca de 13 mil barris por dia são extraídos.

Mas, as expectativas em torno das novas áreas em licitação pelo governo angolano são grandes, segundo a empresa. A região do Golfo da Guiné, que abarca, além do norte de Angola, países como a Nigéria e São Tomé e Príncipe, é considerada uma das fronteiras do petróleo no mundo. Segundo analistas do setor, pode se constituir numa alternativa para os Estados Unidos garantirem o fornecimento do produto, no caso da eventual deflagração de conflitos generalizados no Oriente Médio.

Fundada há quatro meses e reconhecida legalmente pelo governo angolano há dois, a Associação de Empresários e Executivos Brasileiros em Angola (Aebran) deve se encontrar com o presidente Lula para entregar-lhe uma lista de medidas que possibilitem a expansão dos negócios entre os dois países. Entre as sugestões, que já estão em estudo pelo governo brasileiro, a extinção da exigência de vistos de entrada para os cidadãos em trânsito entre os dois países, a revisão das taxas no comércio bilateral, a criação de agências dos bancos públicos brasileiros no país e o aumento das linhas aéreas e marítimas, para baratear o frete hoje, o preço da passagem de ida e volta entre Luanda e o Rio de Janeiro chega a quase US$ 2 mil. Os 68 associados da entidade movimentam cerca de US$ 500 milhões anuais. Na lista, gente que já está no país há 20 anos, como o médico que preside o comitê de instalação da Aebran, Carmo Filho. É ele quem dá a dica: O segredo é vir para cá com muita disposição de trabalho, porque é tempo de reconstrução .

A Câmara de Comércio Afro-Brasileira observa que balança comercial registrou um déficit, nos últimos dois anos, de R$ 1,337 bilhões para a África. Em Angola, entre os cerca de 150 mil mutilados pelas minas, ainda são poucos os que têm a sorte de encontrar lugar no renascente mercado de trabalho. A Odebrecht, construtora brasileira, emprega cerca de 200 deles, como parte de seus programas de ação social. Os veteranos de guerra contam com uma pensão que não vai além de US$ 150 mensais (uma faxineira que trabalhe para estrangeiros pode ganhar mais de US$ 200).

Na África do Sul, último país que o presidente visita, o Brasil assinará acordo de cooperação científica e tecnológica, memorando de intenções na área de cultura e protocolo de intenção de desenvolvimento urbano. Empresários brasileiros que vão compor a comitiva oficial vão identificar os setores estratégicos para formarem parcerias com empresários sul africanos. Vão para a África empresários brasileiros dos setores: financeiro, de auto-peças, aeronaves, petróleo e gás,engenharia de construção, defesa, cosméticos, calçados, vestuário, alimentos industrializados e materiais de construção. Com informações da Agência Brasil.

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