Economia

Lloyds recomenda redução do juro, mas crê em manutenção em 18,5%

"O que o Copom deveria fazer? O comitê poderia (e deveria) reduzir a taxa de juros para 18,25%", afirma o relatório do Lloyds TSB desta semana. Mas completa: "Levando em conta a última ata, cremos que é mais provável que prevaleça a alternativa conservadora, e a taxa fique nos 18,5%". Para justificar suas posições, o […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.

"O que o Copom deveria fazer? O comitê poderia (e deveria) reduzir a taxa de juros para 18,25%", afirma o relatório do Lloyds TSB desta semana. Mas completa: "Levando em conta a última ata, cremos que é mais provável que prevaleça a alternativa conservadora, e a taxa fique nos 18,5%".

Para justificar suas posições, o banco faz uma série de pós e contras para o Copom manter ou não os juros anuais em 18,5%. Como pontos favoráveis a manter a taxa estável, indica:

  • A ata do Copom no mês passado sugere preocupação com a evolução da inflação. "As estimativas médias do mercado para o IPCA vêm subindo lentamente e já beiram os 5,5% estabelecidos como teto em 2002";
  • A taxa de câmbio está na casa dos R$ 2,48, bem acima dos R$ 2,32 da última reunião;
  • O barril do petróleo está por volta de US$ 28,3, contra US$ 26 há um mês
  • A queda do juro agora poderia estimular uma procura maior por hedge cambial, reforçando pressões inflacionárias futuras.
  • Como pontos que favorecem a queda na taxa, o Lloyds TSB indica:

  • Não é uma pequena queda na taxa que vai alterar intensamente a percepção das pessoas em relação ao futuro;
  • No ritmo de queda atual dos juros diante das perspectivas inflacionárias, a taxa de juro real básica ficaria maior do que as dos últimos dois anos;
  • O Copom tem mais oito reuniões até o final do ano, mas apenas cinco até o Brasil conhecer seu próximo presidente. "O momento para começar um processo de queda gradual dos juros provavelmente é agora."
  • Mercado

    A reunião do Copom e os vários resultados macroeconômicos de abril devem monopolizar a atenção dos mercados. "Apesar de haver parte do mercado que acredita na queda, a maioria espera a manutenção da taxa", afirma o Lloyds TSB em seu relatório. O juro futuro na BM&F está sendo fixado a 18,34% para junho, 18,32% para julho, 18,38 para agosto, e 18,41% em setembro.

    A taxa de câmbio recuou um pouco na última semana, "mas o quadro permanece muito volátil". "Por outro lado, os números referentes às contas externas de abril serão divulgados nesta semana e só devem mexer com o humor do mercado se ficarem muito distantes da estimativa", afirma o Lloyds TSB.

    No mercado de ações, o banco avalia que o Brasil está com preços relativamente atraentes e poderia apresentar alguma recuperação nos próximos meses se o quadro político não fosse tão incerto e se o BC retomasse a trajetória de queda dos juros em breve. Ou seja, incertezas e a volatilidade provavelmente vão permanecer no curto prazo."

    O relatório do Lloyds comenta ainda os resultados que sairão das contas públicas; o setor externo; a economia norte-americana; e a situação da Argentina. Clique ao lado para ler o relatório completo (.doc).

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