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Julho marca início de desaceleração dos preços, diz Bradesco

Banco prevê inflação média mensal de 0,50% no último trimestre, mas ressalta que pressão em alguns segmentos produtivos podem acarretar uma revisão das projeções

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h21.

A inflação medida pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas, fechou julho em 1,14%, contra 1,19% em junho. Para o Bradesco, o resultado indica "o início da trajetória de desaceleração dos IGPs". Segundo o banco, o indicador de agosto deve ficar próximo de 0,80%, e o de setembro, em 0,61%. No último trimestre, a instituição projeta inflação mensal da ordem de 0,50%. O boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (9/8) também indica que o mercado espera uma trajetória declinante da inflação até dezembro.

A principal ameaça à queda da inflação é a pressão dos produtos petroquímicos, cujos insumos dependem da cotação do petróleo, como a nafta. Conforme o Bradesco, ainda é difícil mensurar os possíveis impactos sobre os IGPs, se o preço do petróleo não ceder (clique aqui e leia reportagem da revista EXAME sobre a situação da Petrobras em meio à crise dos preços no mercado internacional). O mais provável é que o banco revise suas projeções de inflação, mas, até o momento, a instituição assinala que uma elevada cotação do petróleo não está dentro de suas projeções.

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O Bradesco destacou ainda a queda do Índice de Preços ao Consumidor (IPC), considerado "um resultado extremamente favorável". Também apurado pela FGV, o indicador apontou alta de 0,59%, contra 0,78% em junho. Conforme o banco, quando o número de junho foi divulgado, os analistas passaram a apostar em uma aceleração da inflação, pressionada pelo reajuste das tarifas de telefonia e energia. A forte redução do ritmo de reajustes dos alimentos e das roupas foi o que mais contribuiu para a freada dos preços no mês passado. O recuo foi classificado pelo Bradesco como "nada desprezível, em se tratando de preços livres e que traz algum alívio para a tendência de inflação no curto prazo."

Os preços no atacado também melhoraram. O Índice de Preços por Atacado (IPA) baixou para 1,35% em julho, contra 1,57% no mês retrasado. O IPA agrícola desacelerou (0,26%), mas, na indústria, os preços ainda resistem em patamares elevados. Para o banco, o IPA industrial dá mostras de arrefecimento, mas a confirmação desta tendência depende do que acontecerá em certas cadeias produtivas, como a siderúrgica. As empresas do setor pressionam por reajustes, e a negociação ainda deve se estender até agosto. A cadeia petroquímica também pode comprometer o recuo dos preços no atacado.

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