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Inadimplência sobe 3,5% e chega a 62 milhões de brasileiros, diz pesquisa

Resultado foi influenciado pela revogação de lei em SP que limitava o registro de inadimplência, o que levou a uma inserção abrupta na base de devedores

Inadimplência: se comparado a março, o indicador ficou praticamente estável, com leve variação positiva de 0,04% (George Doyle/Thinkstock)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de maio de 2018 às 19h51.

São Paulo - Como reflexo da recuperação lenta do emprego e da renda, o total de brasileiros com alguma conta em atraso chegou a 62,2 milhões em abril, ou 41% da população adulta do País, conforme pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).

O número representa uma alta de 3,54% em relação à quantidade de inadimplentes registrada no mesmo mês do ano passado, marcando a sétima alta consecutiva do indicador na comparação interanual. Se comparado a março, o indicador ficou praticamente estável, com leve variação positiva de 0,04%.

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O resultado foi influenciado pela revogação de uma lei no Estado de São Paulo que limitava o registro de inadimplência, o que levou a uma inserção abrupta, na base de devedores, de atrasos que estavam represados - só na região Sudeste, o número de inadimplentes teve aumento de 8,56% frente a abril do ano passado.

Ainda assim, a avaliação da economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é de que, a despeito do fim da recessão, os dados retratam as dificuldades enfrentadas pelas famílias.

"O desemprego segue elevado e a renda, reduzida. Mesmo com o fim da recessão e sinais mais evidentes de que o País está se recuperando da crise, os efeitos imediatos no bolso do consumidor ainda demoram a aparecer", comenta a economista.

O balanço mostra ainda que o volume de dívidas em nome de pessoas físicas cresceu 1,29% em abril, se comparado a igual período de 2017. O resultado representa o primeiro aumento do número de dívidas desde junho de 2016. Em média, cada inadimplente possui duas contas em atraso.

O levantamento leva em consideração desde dívidas bancárias - como faturas atrasadas de cartão de crédito e empréstimos contraídos em bancos não pagos - a crediários abertos no comércio e dívidas com empresas que prestam serviços de telefonia, TV por assinatura e internet.

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