Acompanhe:

Governo faz acordo no Senado para isentar IR de investidor estrangeiro

Se aprovada, a medida vai favorecer as emissões de títulos privados feitas pelas empresas ainda neste ano

Modo escuro

Continua após a publicidade
Isenção foi incluída em emenda ao projeto 4.188, que cria um novo marco para as garantias em operações de crédito (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)

Isenção foi incluída em emenda ao projeto 4.188, que cria um novo marco para as garantias em operações de crédito (Edilson Rodrigues/Agência Senado/Flickr)

E
Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de agosto de 2022 às, 09h59.

Última atualização em 9 de agosto de 2022 às, 10h00.

O governo fez uma costura política para concluir nesta semana, no Senado, a votação de projeto que isenta do Imposto de Renda (IR) as aplicações de investidores estrangeiros na compra de títulos (debêntures) emitidos por empresas no País, aproveitando a janela de esforço concentrado de votações antes das eleições de outubro. Se aprovada, a medida vai favorecer as emissões de títulos privados feitas pelas empresas ainda neste ano para financiar os seus investimentos.

A isenção foi incluída em emenda ao projeto 4.188, que cria um novo marco para as garantias em operações de crédito. Na semana passada, o governo abriu mão de um dos pontos do projeto que estavam travando a votação no Senado. Esse item trata da flexibilização da impenhorabilidade de bens de famílias (onde a família mora). Os críticos a esse ponto do projeto alegam que as mudanças fragilizam a proteção que é dada ao conceito de bens de família. Esses bens não podem ser penhorados, à exceção de algumas condições bem específicas.

O projeto já foi aprovado pela Câmara. Para não ter de retornar para uma nova análise dos deputados, os negociadores do governo aceitam fazer um acordo de veto pelo presidente Jair Bolsonaro, segundo apurou o Estadão. O senador Vanderlan Cardoso (PSD-GO) deve ser o relator na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE).

Acesso

A isenção buscaria ampliar o acesso de companhias brasileiras ao capital estrangeiro, desde que sejam instrumentos de títulos de dívida via mercado de capitais.

Com a urgência para votação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que criou e ampliou auxílios sociais, o projeto acabou ficando de lado, com o compromisso de uma votação depois do recesso parlamentar. Desde o início do primeiro semestre, a equipe econômica tenta aprovar a medida, que, na avaliação do governo, tem potencial para aumentar a entrada de dólares no País. Na semana passada, o ministro da Economia, Paulo Guedes, reuniu todo o secretariado, e o projeto foi o principal tema.

Hoje, a participação de estrangeiros (não residentes) é muito pequena em aplicações de títulos privados. Esse mercado gira em torno de R$ 800 bilhões, e os estrangeiros representam apenas 2 5%. Já a participação de estrangeiros em títulos públicos é de 10%.

O IR é cobrado na hora da remessa dos juros para o exterior. Como esses papéis, quando são emitidos, têm carência semestral ou até prazos maiores, uma captação feita ainda em 2022 poderá se beneficiar da isenção, com o capital externo se beneficiando do incentivo fiscal.

As empresas vão precisar de capital externo para tocar os investimentos programados ou na renovação, por exemplo, de concessões no segundo semestre do ano, segundo uma fonte do governo que participa das negociações.

Na avaliação dos técnicos, a aprovação daria uma sinalização importante para o setor empresarial. Hoje, os investimentos de não residentes em ações e títulos públicos já são isentos. A ideia é dar o mesmo tratamento tributário em operações com títulos de empresas privadas.

Nos últimos anos, com a redução do crédito direcionado e do crédito subsidiado, as empresas têm recorrido cada vez mais ao mercado de capitais para o financiamento de seus projetos.

Garantias

Já a parte da criação de um novo marco legal de garantias, prevista no projeto, tem como foco estimular o crédito, sobretudo, dos pequenos negócios para diminuir o custo do setor produtivo neste momento em que a economia recuperou a trajetória verificada no período da pré-pandemia da covid-19.

A proposta cria as chamadas Instituições Gestoras de Garantia, as IGGs, empresas que serão intermediárias entre os tomadores de empréstimo e as instituições financeiras, e que avaliarão os bens dados em garantia nos empréstimos bancários, inclusive se foram dados em outras operações.

O projeto dá mais autonomia ao dono das garantias, que não ficam presas a uma única instituição financeira. Segundo o governo, esse modelo dá mais eficiência e reduz as barreiras de acesso ao crédito.

Veja também: 

Governo estuda nova âncora fiscal inspirada em metas de inflação

Como os argentinos estão driblando a inflação com dólar americano

Últimas Notícias

Ver mais
Tarpon sai de 32% para 19% da Serena Energia após oferta de ações
Exame IN

Tarpon sai de 32% para 19% da Serena Energia após oferta de ações

Há 4 horas

Na Cemig, dividendos extraordinários à vista?
Exame IN

Na Cemig, dividendos extraordinários à vista?

Há 9 horas

Orizon fecha o primeiro ano no azul. Agora, vai começar a faturar com carbono
Exame IN

Orizon fecha o primeiro ano no azul. Agora, vai começar a faturar com carbono

Há 10 horas

Em sua maior aquisição, GPS compra GRSA e entra forte em alimentação
Exame IN

Em sua maior aquisição, GPS compra GRSA e entra forte em alimentação

Há 12 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais