O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell (Andrew Harrer/Bloomberg)
Bloomberg
Publicado em 25 de maio de 2021 às 12h56.
Última atualização em 25 de maio de 2021 às 13h01.
O diretor-presidente do Morgan Stanley, James Gorman, acredita que o Federal Reserve deve começar a reduzir as compras de títulos no fim deste ano e a aumentar os juros no início de 2022, bem antes das expectativas do mercado.
“Minha opinião pessoal é de que os juros provavelmente subirão no início do próximo ano, e não em 2023, que atualmente é a projeção”, disse Gorman em conferência online em Tóquio na terça-feira. “O Federal Reserve será guiado por tudo o que seus números dizem. Estou apenas dando minha opinião.”
Gorman disse que, por enquanto, o Fed permanece cauteloso e não acredita que haverá pressão inflacionária de longo prazo. Ainda assim, os sinais de inflação estão aumentando, afirmou.
“Depois de muitos anos sem inflação, vemos claramente aumentos dos preços”, disse o CEO do Morgan Stanley. “Começa a chamar a atenção das pessoas.”
A questão por enquanto é se as pressões sobre os preços são de curto prazo ou sinalizam mudanças mais fundamentais na economia em meio à recuperação da pandemia.
“Cada vez mais pessoas começam a pensar que pode ser mais estrutural, de longo prazo. Se for o caso, o Federal Reserve terá que aumentar as taxas de juros em algum momento”, afirmou.
Gorman acrescentou que está muito confiante na recuperação dos EUA, já que os balanços patrimoniais de consumidores e empresas estão fortes. Ele também recomendou que o Japão incentive a imigração para impulsionar o crescimento econômico, em resposta a perguntas durante a conferência Nikkei Financial, em Tóquio.