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Exportações de carne conseguem sobreviver a embargo sanitário

Embargo total ou parcial de importantes mercados, como a Rússia e o Chile, foi compensado por alta do preço internacional da carne

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h14.

O Brasil está conseguindo sobreviver à suspensão parcial ou total das importações de carne, determinada por importantes mercados consumidores, como a União Européia, Rússia e Chile, devido aos focos de febre aftosa registrados no país em 2005 e no início de 2006. Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a maior prova são os números com que os pecuaristas fecharam junho.

As exportações de carne bovina, no primeiro semestre, acumularam uma receita de 1,717 bilhão de dólares, cifra 16,24% superior ao de igual intervalo de 2005. O principal motivo foi o aumento do preço médio de exportação. Em junho, a tonelada da carne bovina in natura foi vendida, em média, por 2 612 dólares, o que representou uma alta de 16,4% sobre junho de 2005. A tonelada da carne industrializada foi exportada a 2 705 dólares, em média, com um incremento ainda maior - 47,6%. O reajuste dos preços de exportação decorrem, justamente, do surgimento de focos de febre aftosa e do mal da vaca louca em outros países produtores, o que restringiu a oferta de carne bovina no mercado mundial.

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O preço mais elevado compensou a estabilidade do volume embarcado no período. Em seis meses, o Brasil exportou 1,066 milhão de toneladas de carne bovina, um aumento de apenas 0,58% sobre o primeiro semestre de 2005. Os primeiros focos de febre aftosa foram identificados no país em outubro do ano passado.

Mercado interno

Apesar do bom desempenho no exterior, os produtores ressentem-se da queda das margens no mercado doméstico. O relatório divulgado hoje mostra uma alta acumulada de 4,22% nos custos totais do setor, e de 5,32% nos custos efetivos, entre janeiro e maio.

Os custos efetivos são compostos pelos desembolsos mensais dos produtores, como rações, vacinas, mão-de-obra e impostos. Já os custos totais abrangem, também, itens contábeis, como depreciação de máquinas, equipamentos e instalações.

Em contrapartida, os produtores não estão conseguindo repassar os custos para os preços internos de venda. O preço da arroba do boi gordo acumula queda de 7% até maio. Segundo a CNA, a estagnação da demanda interna é o principal freio para o reajuste da arroba do boi, já que as exportações, embora em alta, ainda representam uma pequena parcela do faturamento total do setor. Além disso, o rebanho bovino brasileiro aumentou em ritmo mais acelerado que o consumo.

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