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Estratégia da Petrobras destoa de concorrentes latinos, diz NYT

Para o jornal americano, petrolífera brasileira tem planos de longo prazo mais consistentes que suas principais rivais na região

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.

A Petrobras pode não ser a maior petrolífera latino-americana em termos de reservas ou produção, mas a sua estratégia de longo prazo, fortemente focada na internacionalização das operações, é mais consistente que a das principais rivais latina e poderá lhe garantir uma posição de liderança regional nos próximos anos. A avaliação é do jornal americano The New York Times.

As também estatais Petróleos de Venezuela (PDVSA) e Petróleos Mexicanos (Pemex) ainda são líderes na América Latina, seja em reservas ou em volume de produção. Mas, enquanto a companhia brasileira segue investindo para ampliar suas jazidas e o número diário de barris extraídos, a produção das concorrentes está estagnada ou em declínio, observa o NYT. "O Brasil não pode competir com a Venezuela ou o México em termos de reservas, mas a Petrobras pode, em breve, ultrapassar a PDVSA e se tornar o segundo maior produtor, atrás da Pemex", afirma a publicação.

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O jornal atribui a estagnação venezuelana à "diplomacia do petróleo" implantada pelo seu presidente, Hugo Chávez. Em vez de reinvestir os lucros obtidos com o óleo cru na própria produção da PDVSA, o país está desviando seus recursos para gastos sociais e para o financiamento de projetos em países sul-americanos. Com isso, a produção atual da PDVSA é menor que há cinco anos e não há sinais de que a trajetória se inverterá.

"Uma companhia está investindo no seu futuro e a outra, na diplomacia do petróleo de seu presidente", afirma Roger Tissot, diretor para América Latina da PFC Energy, uma consultoria americana especializada no setor.

O NYT ressalta que por trás do avanço da estatal brasileira estão os pesados investimentos na criação de tecnologias de ponta para exploração de águas profundas - uma atividade na qual a Petrobras é líder mundial. As novas tecnologias estão garantindo acesso a reservas em países como Angola, Tanzania, Turquia e em regiões como o Golfo do México, cuja exploração é regulamentada pela agência americana United States Minerals Management Service.

Nem tudo é perfeito no caminho da companhia brasileira, no entanto. Entre as ressalvas do NYT à sua atuação está o fato de que a Petrobras, por ser estatal, ainda é muito suscetível aos humores políticos. O jornal lembra que a empresa foi bastante criticada por não se antecipar à nacionalização do setor energético, promovida em 1º de maio pelo governo boliviano. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, apoiou a eleição de seu colega Evo Morales e, após o anúncio da nacionalização, chegou a desautorizar publicamente o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O dirigente havia afirmado que os investimentos na Bolívia seriam suspensos.

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