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Empresários pedem investimento no setor produtivo

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio Lafer Piva, disse que a crise atual é de grandes proporções como poucas vezes se viu. Piva participou da reunião do Conselho de Desenvolvimento e Econômico e Social nesta segunda-feira (28/7). Ele defendeu a criação de um pacto entre trabalhadores, empresários e […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Horácio Lafer Piva, disse que a crise atual é de grandes proporções como poucas vezes se viu. Piva participou da reunião do Conselho de Desenvolvimento e Econômico e Social nesta segunda-feira (28/7). Ele defendeu a criação de um pacto entre trabalhadores, empresários e governo. Para ele é importante também reavaliar a taxa de juros, definir os investimentos de infra-estrutura e a irrigação do mercado com crédito mais acessível.

O tema do encontro é Fundamentos Estratégicos para o Desenvolvimento . Segundo o ministro Tarso Genro, os temas em discussão foram escolhidos pelos conselheiros, na reunião que inaugurou este grupo de trabalho em 28 de maio, e o debate seguirá até junho de 2004. Os conselheiros devem aprovar ou rejeitar, por consenso ou recomendação, cada enunciado que fará parte do documento inicial. Os textos serão submetidos ao comando do conselho e depois serão enviados ao presidente da República. Entre os pontos estão a forma de controle da inflação, a função do Banco Central em um novo modelo de desenvolvimento, o controle do endividamento público e a questão da vulnerabilidade externa. O ministro considerou a reunião produtiva e afirmou que no dia 14 de agosto o conselho irá se encontrar com o ministro da Fazenda, Antônio Palocci.

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O financiamento do setor produtivo tomou a atenção de empresários durante a reunião. Eugênio Staub defendeu a criação de mecanismos que permitam resultados de curto prazo na economia brasileira. Entre as propostas que ele apresentou está a redução da taxa de juros real para 8% até o final de 2003 e de 5% para 2004. Ele considerou "compreensível" a decisão do Copom da semana passada, de baixar 1,5 ponto percentual na taxa básica de juros, mas disse que isso não ajudou no astral dos empresários e trabalhadores. "Foi como um balde de água fria", disse.

Staub falou de sua preocupação com o atual cenário da economia no país e defendeu a correção de preços e salários pela inflação futura, a negociação com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) para reduzir o spread bancário e a construção de moradias populares. Na opinião de Staub, essas medidas poderiam "mudar o astral" da economia em 30 ou 60 dias.

Meirelles: ajuda só com juro menor

Durante um evento promovido pelo Sindicato da Habitação (Secovi), o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que para aumentar os recursos destinados ao setor privado é importante manter o nível do superávit primário, atualmente estabelecido em 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB). Para ele, é preciso ainda contar com uma boa gerência da política cambial e, principalmente, reduzir solidamente a taxa básica de juros no longo prazo. Desse modo, afirmou, haveria possibilidade de "maior dose de disponibilidade de financiamento para o setor privado".

Renovação da frota

Em seminário promovido pelo jornal Valor Econômico, o ministro do Planejamento, Guido Mantega, afirmou que o acordo automotivo que prevê a renovação da frota de veículos deverá entrar em vigor ainda este ano. Mantega afirmou que o grupo executivo que discutiu o assunto já propôs ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior a execução do projeto. "Este acordo tem eventualmente alguns detalhes jurídicos e tributários e assim que isso tiver sido solucionado pode ser posto em prática", disse Mantega. "É uma questão de governo, não é uma questão de ministério", disse ele, lembrando que o assunto está sendo discutido em conjunto com os ministérios do Desenvolvimento, do Planejamento, da Fazenda e da Casa Civil.

Para Mantega, tanto consumidores quanto montadoras terão benefícios. Para os consumidores é preciso baratear mais o crédito para a compra de automóvel. Com relação às montadoras ele informou que está sendo discutida a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) e do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Mantega disse ainda que o governo não sai perdendo porque o setor automotivo tem um efeito multiplicador - e com o acordo o ganho está na maior quantidade de vendas e na geração de empregos. O fato de as montadoras terem suspendido as demissões demonstra o preparo para o aumento da demanda que virá com este acordo.

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