Economista do governo chinês critica condução da economia do país
Na busca do controle do ritmo de expansão da economia, o governo deveria adotar medidas monetárias, como alta de juros,;e não restrições administrativas ao crédito. Opinião é de economista
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.
O "pouso suave" da economia chinesa estará em sério risco, caso a política adotada pelo governo não seja revista a tempo. A avaliação é de Xia Bin, chefe do Centro de Pesquisa do Desenvolvimento, vinculado ao Conselho de Estado da China, e foi publicada pelo britânico Financial Times desta sexta-feira (2/7).
Para o FT, as posições de Bin denotam o intenso debate que está sendo travado em círculos oficiais chineses sobre a combinação correta de medidas necessárias para controlar uma expansão insustentável em alguns setores da economia, como o imobiliário, o siderúrgico e o automotivo, sem pôr em risco o crescimento geral.
A meta do banco central chinês de limitar a expansão dos financiamentos a 17% está abaixo do nível que a economia necessita, afirma Bin. Os controles rígidos sobre os empréstimos significam que projetos de investimento viáveis estão ameaçados e podem até entrar em colapso, o que criaria mais créditos podres para um setor bancário já acossado por ativos problemáticos.
Uma prova de que o teto estaria muito baixo é a queda, acentuada demais, no ritmo de crescimento do investimento em ativos fixos, de 18,3% em maio, sobre mesmo mês de 2003, ante 43,5% em março, no mesmo tipo de comparação. Para Bin, o governo deveria alterar o foco de sua política para medidas monetárias, como ajustes na taxa de juros.