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Economia global sofre com falta de investimentos

Em quarenta anos, é a primeira vez que as maiores corporações do mundo são tão econômicas e cautelosas, em detrimento dos investimentos

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.

A Red Hat, empresa de software para o sistema operacional Linux, gastou 13 milhões de dólares em pesquisa, desenvolvimento e equipamentos no trimestre encerrado em 31 de maio. Na recompra de ações e amortização de débitos, a Red Hat gastou 15 milhões. O grupo de varejo J.C. Penney direcionou 99 milhões de dólares para gastos de capital no trimestre encerrado em 30 de abril. Com recompra de ações e pagamento de dívidas, gastou 554 milhões.

Para o colunista David Wessel, do The New York Times, os dois casos exemplificam um fenômeno preocupante. A poupança de corporações em países ricos cresceu em mais de 1 trilhão de dólares entre 2000 e 2004, segundo estimativas do JP Morgan. Em quarenta anos, é a primeira vez que as companhias assumem postura tão cautelosa e economizam tanto.

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Ao invés de arriscar-se em novos investimentos, mesmo aquelas empresas que usufruem de fortes lucros estão construindo suas reservas em caixa, reduzindo endividamento e recomprando ações. "À luz dos incomuns altos lucros, é algo surpreendente", diz recente relatório do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês), o banco central dos bancos centrais.

Alan Greenspan, presidente do Federal Reserve (Fed), afirmou nesta quinta-feira (21/7) que 2003 foi o primeiro ano desde a recessão de 1975 em que as despesas de capital das empresas americanas foi inferior ao seu fluxo de caixa. Greenspan também afirmou que até mesmo países exportadores de petróleo estão "alérgicos" à compra de máquinas e à contrução de novas plantas, a despeito dos altos ganhos auferidos com os preços vigentes do petróleo.

Se a tendência persistir, sugere algo preocupante sobre a economia global. O crescimento econômico futuro e padrões de vida cada vez melhores dependem dos investimentos realizados hoje, diz Wessel.

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