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Remy Sharp
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É arriscado apostar que reformas passam com qualquer eleito, diz Maílson

Teste inicial será a montagem do gabinete, especialmente se um governo Bolsonaro cumprir promessa de reduzir ministérios e não aceitar indicações políticas

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O economista Maílson da Nóbrega (Foto/Exame)

O economista Maílson da Nóbrega (Foto/Exame)

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Josue Leonel, da Bloomberg

Publicado em 18 de setembro de 2018, 16h46.

Última atualização em 18 de setembro de 2018, 16h51.

Não é verdadeira a premissa, adotada por parte do mercado, de que a reforma da Previdência será aprovada no Congresso independentemente do resultado das eleições, por haver consenso sobre a dificuldade fiscal do país, diz o ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, Maílson da Nóbrega.

O novo Congresso não deve ser diferente do atual, que rejeita medidas impopulares. “E, no momento em que não se aprovar a reforma, esta premissa se evapora e o mercado vai se deteriorar.”

A administração da base parlamentar para assegurar apoio à aprovação de reformas fiscais será um desafio para o próximo presidente, afirma Maílson, em entrevista à Bloomberg.

O alerta vale mesmo diante da possibilidade de alguns deles adotarem posições pró-mercado após as eleições para reduzir a resistência dos investidores.

O teste inicial do próximo governo será a montagem do gabinete, especialmente para a promessa do candidato Jair Bolsonaro (PSL) de reduzir o número de ministérios e não aceitar indicações políticas.

“Uma coalizão pressupõe a partilha do poder e não tem como não ter indicações políticas para ministérios”, diz Maílson, que vê risco ainda na ideia do candidato de criar um superministério da economia comandado por Paulo Guedes. Tanto poder acabaria atraindo antipatia dentro do próprio governo, gerando desencontros e ineficiências.

No caso de vitória dos candidatos esquerdistas mais bem colocados nas pesquisas, Fernando Haddad (PT) e Ciro Gomes (PDT), o ex-ministro também vê dificuldades de governabilidade, que podem representar risco maior do que o discurso antirreformista de ambos.

Poderá haver um “estelionato eleitoral”, diz Maílson, para quem tanto Ciro quanto Haddad tendem a adotar um discurso mais moderado e palatável ao mercado após as eleições, de maneira a reduzir o receio de agravamento da crise fiscal.

Ele não descarta a possibilidade de Haddad escolher um “grande ministro” para a Fazenda e avalia que o assessor econômico de Ciro, o ex-secretário da Fazenda do Ceará Mauro Benevides, é um defensor do equilíbrio econômico - lembrando que os dois candidatos já ocuparam altos cargos no executivo e têm noção da responsabilidade em administrar um governo.

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