Economia

Dólar fecha a R$ 3,30; ;rações; do BC continuam em agosto

O dólar comercial fechou a 3,30 reais, novo recorde histórico do Plano Real, com alta é de 3,61% em relação ao fechamento de segunda, segundo a Enfoque Sistemas. A moeda norte-americana fechou negociada a R$ 3,30 para venda (R$ 3,285 para compra) pela taxa do Banco Central. No ano, a valorização acumulada do dólar sobre […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h13.

O dólar comercial fechou a 3,30 reais, novo recorde histórico do Plano Real, com alta é de 3,61% em relação ao fechamento de segunda, segundo a Enfoque Sistemas. A moeda norte-americana fechou negociada a R$ 3,30 para venda (R$ 3,285 para compra) pela taxa do Banco Central. No ano, a valorização acumulada do dólar sobre o real já é de 43,29%. O paralelo fechou a 3,20 reais, com alta de 3,23%.

Segundo analistas, faltou liquidez ao mercado de câmbio. As intervenções diárias do Banco Central, de cerca de 50 milhões de dólares, não estão conseguindo frear a escalada do dólar. Essa política de intervenção diária foi determinada pelo BC no início do mês e tinha previsão para acabar nesta quarta-feira. Nesta terça, o BC decidiu prorrogar essas "rações diárias".

Os bônus da dívida brasileira voltavam a ser fortemente desvalorizados nesta terça-feira, e contaminavam a cesta de bônus da dívida de países emergentes. A perspectiva de risco sobre a dívida do país era afetada pela ansiedade em torno de um novo acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a queda de José Serra (PSDB).

Às 16h (horário de Brasília), a fatia brasileira do índice EMBI+ do banco J.P. Morgan, caía 4 por cento em termos de retornos diários, e o risco-país brasileiro disparava 79 pontos, para os 2.341 pontos. No mesmo horário, os títulos da dívida brasileira mais negociados no exterior, os C-Bonds , caíam 3,13 por cento. Os papéis eram negociados por 50,25 por cento do seu valor de face.

Segundo a agência de notícias Reuters, os papéis da dívida brasileira acumularam perdas neste mês, após Serra cair para a terceira posição na pesquisa e perder terrenio para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e para o candidato da Frente Trabalhista, Ciro Gomes (PPS), que recentemente se consolidou na vice-liderança na intenção de voto do eleitorado.

Os investidores temem que Lula e Ciro, caso vençam, danifiquem a economia do país e levem o Brasil para o calote dos seus 250 bilhões de dólares de dívida pública.

Além disso, o secretário de Tesouro dos EUA, Paul ONeill, que sugeriu que o dinheiro vindo de uma possível ajuda do FMI poderia ir parar em contas em bancos suíços, afirmou que sua viagem à América Latina não tinha a intenção de prometer novas ajudas aos países da região.

O presidente Fernando Henrique Cardoso, requisitou a retratação dos comentários do secretário. A Casa Branca respondeu com a reiteração do apoio ao Brasil e, simultaneamente, ao secretário do Tesouro dos Estados Unidos (clique ao lado para ler reportagem completa).

As ações dos principais bancos brasileiros tinham fortes quedas nesta terça-feira, em meio à crescente aversão ao risco por parte de investidores estrangeiros e rumores de que os balanços trimestrais dessas instituições trariam algumas perdas resultantes de operações de tesouraria malsucedidas.

Apesar dos boatos de perdas, diversos analistas consultados pela Reuters expressaram confiança na saúde financeira dos bancos, que vêm tradicionalmente demonstrando grande habilidade para lidar com crises. Aaversão ao risco, por sua vez, foi considerada um fator psicológico com grande influência sobre o apetite do investidor, sobretudo o estrangeiro.

"Por parte dos estrangeiros, pode haver o receio de que o novo governo, seja quem for, acabe com essa ciranda financeira que permite altos bancos para os bancos", avaliou o diretor-presidente do IFC Consultores, Carlos Coradi. "Acho (isso) relativamente possível de acontecer."

A desvalorização das ações do setor bancário, lembraram analistas, começou com mais força há pouco mais de uma semana, com a disparada das cotações do dólar, visto como um termômetro da crescente desconfiança do investidor. "As pessoas continuam nervosas com relação ao Brasil e os bancos brasileiros porque, se houver um default, eles serão os mais atingidos", afirmou Hugo Rubio, operador da Lazard Freres, em Nova York, segundo a Reuters.

Corriam nas mesas de operação rumores de que grandes bancos brasileiros teriam perdido dinheiro com algumas operações malsucedidas, como uma aposta equivocada na queda do dólar, que não se concretizou. Outros diziam que a nova regra que obriga as instituições a marcar a mercado boa parte dos títulos públicos que carregam na carteira também pesaria nos balanços, grande parte deles divulgados na semana que vem.

Com os instrumentos que têm à disposição, os especialistas no setor esperam um resultado bom dos principais bancos privados. Eles não têm como levar em conta operações de tesouraria, feitas nos últimos meses.

Segundo Fernando Coelho de Oliveira, consultor da ABN Consulting, o ganho com os títulos cambiais devem ofuscar eventuais perdas decorrentes da marcação a mercado dos títulos públicos. Ele afirmou que, embora 30% dos títulos públicos estejam nas mãos de grandes bancos, a proporção de papéis pós-fixados, que geram o maior desgaste na marcação a mercado, não é ameaçadora.

Carlos Coradi, do IFC, acrescentou que o resultado do Banespa, divulgado na segunda-feira, foi "excepcional" em termos de rentabilidade, fruto principalmente de operações de tesouraria com títulos públicos. "Por que o Itaú ou o Bradesco, que são bancos de alta qualidade técnica, teriam embaraço em seus balanços?"

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