Diretor da OMC pede mais flexibilidade aos países ricos

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Supachai Panitchpakdi, defendeu hoje uma posição mais flexível por parte dos países ricos e em desenvolvimento para que as negociações do organismo possam progredir na próxima reunião, que acontecerá em Genebra, na Suiça, dia 15 de dezembro. Todos precisamos dar sinais de flexibilidade. Senão as pessoas não conseguirão avançar em Genebra , disse Panitchpakdi, ao chegar para o encontro do G-20, que reúne hoje e amanhã, em Brasília, ministros dos 18 países em desenvolvimento que integram o grupo.

O G-20 sempre indicou que está disposto a negociar, tem flexibilidade nas suas posições, mas que isso depende de que todos os grandes atores na negociação demonstrem o mesmo tipo de flexibilidade , disse o subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Clodoaldo Hugueney, ao final da reunião que preparou a agenda da reunião ministerial, iniciada no final da tarde.

Na pauta, constam uma discussão geral sobre a rodada de Genebra; um acordo em torno das posições do grupo especificamente sobre questões agrícolas; e o planejamento de
atividades futuras do G-20, que inclui o diálogo com outros blocos de países.

Hugueney salientou que reunião de Genebra não entrará em questões específicas das negociações, mas trará da retomada dos entendimentos, suspensos desde a última reunião ministerial, realizada em setembro em Cancún. Ele espera que no inicio do ano que vem as negociações sejam efetivamente retomadas.

Amanhã o grupo se encontra com o comissário para o comércio da União Européia, Pascal Lamy, e ao final do dia, divulga o comunicado do resultado da reunião, que trará a posição do G-20 em relação aos temas agrícolas e a disposição em dar continuidade às negociações. Será um chamado aos membros da OMC para que demonstrem flexibilidade e tentem avançar na
negociação com vistas a concluí-las ainda em 2004 , disse Hugueney.

Participam do encontro ministros da África do Sul, Argentina, Bolívia, Chile, China, Cuba, Egito, Filipinas, Índia, Indonésia, México, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Tanzânia, Venezuela, Zimbábue, além do Brasil.