Desemprego menor comprova recuperação do país, diz Tendências
Mesmo descontando a sazonalidade, maio apresentou alta de 1,1% no número de pessoal ocupado, acima do esperado para o período
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.
A recuperação econômica do Brasil já pode ser vista em indicadores como a taxa de desemprego. Na avaliação da consultoria Tendências, os dados divulgados ontem (28/6) pela Fundação Seade e pelo Dieese mostram que a região metropolitana de São Paulo vive uma expansão do trabalho formal. O sinal mais importante para os analistas é a forte elevação do número de pessoas ocupadas. A consultoria observa que maio, tradicionalmente, é um mês de maior abertura de vagas que abril. Mas um crescimento "normal", apenas causado pela sazonalidade, seria de 0,9%. Contudo, os 154 mil trabalhadores contratados no mês passado elevaram o contingente ocupado em 2%. "Com isso, mesmo descontando o efeito sazonal, registrou-se um aumento de 1,1% na ocupação."
A Tendências também destaca que a queda do desemprego ocorreu apesar do aumento da População Economicamente Ativa (PEA) do período. Os analistas lembram que não seria correto interpretar a diminuição do desemprego apenas pela desistência das pessoas em buscar uma colocação, porque, neste caso, a PEA seria reduzida também. Mesmo quando se consideram os dados já descontada a sazonalidade, a PEA apresenta forte alta, e o desemprego segue em queda.
Outro sinal de que a economia está acelerando é o aumento da massa real de rendimentos. Em abril, a massa salarial subiu 0,6% sobre igual mês do ano passado. Segundo a consultoria Tendências, embora pequena, a alta é a sétima consecutiva. O incremento ocorreu pelo aumento do número de pessoas ocupadas, já que o rendimento real médio por trabalhador caiu 0,4% em abril, devido aos salários mais baixos pagos para os novos contratados.
Novas quedas
A Tendências espera novas reduções do nível de desemprego nos próximos meses. O primeiro motivo é sazonal. A perspectiva de curto prazo é que a PEA cresca em ritmo mais lento que o número de ocupados. Com isso, os desempregados seriam gradualmente reduzidos. Segundo a Tendências, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo poderia ficar abaixo de 19% já em julho (contra os 19,7% de maio), adotando-se os padrões de sazonalidade dos últimos anos.
A segunda razão é o aumento da jornada média semanal dos assalariados, de 43 para 44 horas de trabalho. Conforme a consultoria, isso pode indicar uma nova geração de empregos no futuro. Combinado com o movimento de contratação sazonal, o fenômeno abre perspectivas favoráveis para o emprego nos próximos meses.
Os analistas citaram, ainda, a liderança da indústria no aumento da ocupação em maio (54 mil postos abertos), seguido pelos serviços (42 mil vagas), com destaquie para a expansão do trabalho formal.