Desembolsos do BNDES ficam 15% abaixo da meta para 2004

Os desembolsos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em 2004 chegaram a 40 bilhões de reais, desempenho 14,3% superior aos 35 bilhões de 2003 mas 15% abaixo da meta do ano. Em janeiro, o ex vice-presidente Darc Costaprojetavadesembolsos de 47,3 bilhões de reais. Segundo Aluysio Asti, superintendente de planejamento do BNDES, os desembolsos foram menores que o planejado por falta de demanda pelos financiamentos. Para 2005, a previsão de desembolsos é de 60 bilhões de reais.

O setor de infra-estrutura ficou com 38% dos recursos em 2004, recebendo 15,1 bilhões de reais -- desempenho 52% superior a 2003. As liberações para a agropecuária avançaram 51%, para 6,9 bilhões de reais, o dobro da taxa de crescimento estimada no início do ano passado. Já os desembolsos em apoio para exportações somaram 3,8 bilhões de dólares no ano passado, recuando 4% ante 2003. Segundo Asti, o apoio à exportação foi menor porque o sistema financeiro cumpriu bem seu papel. "Não estamos disputando corrida com os bancos comerciais", diz. Segundo o superintendente, a prioridade do BNDES é apoiar produtos de maior valor agregado (como aeronaves da Embraer) e pequenas e médias empresas.

As chamadas cartas-consulta -- manifestações de interesse das empresas por crédito -- cresceram 121%, representando pedidos de financiamento no valor total de 98,4 bilhões de reais, contra 44,5 bilhões em 2003. Os enquadramentos -- o primeiro nível de aprovação dos pedidos ao BNDES, aqueles com documentação em ordem --, chegaram a 75 bilhões de reais, crescimento de 85% sobre o ano anterior, quando somaram 40,5 bilhões. As aprovações finais de novos projetos em 2004 totalizaram 37,9 bilhões.

O agente financeiro com maior volume em desembolsos do BNDES em 2004 foi o Bradesco, com 3,1 bilhões de reais, seguido do Banco do Brasil (3 bilhões), Unibanco (1,6 bilhão), Safra (1,3 bilhão), CNH (1,1 bilhão) e DLL Brasil (946 milhões). As duas últimas instituições financiam compras das fabricantes de tratores e equipamentos da Case New Holland e AGCO Massey Ferguson, respectivamente. Com o resultado, o Bradesco ultrapassa pela primeira vez o Banco do Brasil como maior repassador de recursos do BNDES.