O alto patamar dos juros no país ainda não foi suficiente para frear os empréstimos com desconto direto na folha de pagamento. De acordo com o relatório do Banco Central divulgado hoje (24/6), o crédito consignado aumentou em 120% nos doze meses terminados em maio. O total desse tipo de empréstimo já chega a 17,8 bilhões de reais (leia reportagem de EXAME sobre o crédito consignado).

Graças à garantia do salário, esse tipo de crédito pode ser pago com taxas de juros mais baixas do que a média do mercado. Em maio, fechou em 35,6% anuais, enquanto o empréstimo tradicional para pessoas físicas ficou em 65,7% por ano.

O relatório do Banco Central revela ainda uma ligeira queda no índice de inadimplência. Em maio, 7,4% dos empréstimos estavam em atraso de pagamento superior a 15 dias do vencimento. No mês anterior, esse número foi um pouco maior: 7,9%.

No entanto, já existem temores de uma onda de inadimplência no segundo semestre (leia reportagem de EXAME sobre o perigo do calote). Na quarta-feira, a Serasa informou que, em maio, o número de cheques sem fundos foi o segundo maior desde março de 1991. Do total de cheques emitidos, 19% voltaram por esse motivo.