Economia

Corte nos gastos públicos ajudará redução dos juros, diz Mailson

Segundo Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, o acerto com o FMI para baixar superávit primário e;elevação do salário mínimo são mais graves do que a disposição de Severino Cavalcanti de aumentar os salários dos par

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.

Os custos do combate à inflação podem ser menores se a política monetária for complementada por maior austeridade fiscal. Segundo Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda e sócio da Tendências Consultoria, a relação entre queda dos gastos públicos, redução dos juros e melhoria no sistema tributário vem sendo percebida pelos empresários. "A cantilena das críticas ao Banco Central [por parte do empresariado] começa a ser substituída por um discurso racional, centrado na necessidade de ajustes nos gastos públicos", diz o ex-ministro. Assim, desviar o foco dos juros e da carga tributária e dirigi-lo às questões orçamentárias será melhor para o debate político.

Não é isso que a oposição está fazendo, diz o economista. Para ele, as críticas à política econômica e à carga tributária carecem de foco. "Ora, se algo funciona no governo Lula é a política econômica, que é uma continuidade, com alguns avanços, do governo de FHC." Segundo Maílson, o problema real é a estrutura de gastos herdada da Constituição de 1988. "A correspondente rigidez orçamentária é a principal causa da elevação da carga tributária", diz.

Além disso, mais grave do que as "peripécias corporativistas" do novo presidente da Câmara, Severino Cavalcanti, é a redução do superávit primário para acomodar os gastos com investimentos, recentemente combinada com o Fundo Monetário Internacional. Igualmente grave foi o aumento do salário mínimo, que gerou gastos adicionais de 4 bilhões de reais em 2005 e levou à edição da medida provisória 232.

Além do desgaste que essa MP está gerando junto aos prestadores de serviços, que vão pagar mais imposto, o escorregão fiscal representado pelo aumento do mínimo vai forçar um controle mais rigoroso das emendas parlamentares, criando mais desgaste, desta vez no Congresso, onde o baixo clero de Severino Cavalcanti "vive momentos gloriosos e uma sensação de poder inéditos".

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