O Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros (Selic), que passou de 14,25% para 13,75% ao ano. A decisão já era amplamente esperada pelos analistas de mercado, que não viam motivos para que a autoridade monetária adotasse outra medida, já que as perspectivas de inflação para 2006 e 2007 estão abaixo da meta de 4,5%, determinada pelo Conselho Monetário Nacional. O corte foi decidido por unanimidade pela diretoria do Banco Central e não tem viés.

Para os industriais, a redução não muda o quadro econômico brasileiro, pois os juros reais continuam sendo os mais altos do mundo. De acordo com projeção divulgada pela consultoria financeira Up Trend, com o corte de 0,5 ponto, a taxa real de juros desceu para 9,1%, ainda à frente dos 6,2% da Turquia, segunda colocada no ranking. "A taxa de juros transforma os investimentos em uma aventura perigosa, semeando insegurança e ameaçando a economia", afirma o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf.

Já para a Associação Brasileira de Infra-estrutura e Indústrias de Base, somente novas reduções, como a anunciada nesta quarta-feira (18/10), poderão incentivar os investimentos no setor. "Mais umas três ou quatro decisões como a de hoje transformarão o investimento em infra-estrutura em um forte concorrente na atração dos recursos atualmente aplicados por fundos de investimento e de pensão em dívida pública", diz o presidente da entidade, Paulo Godoy.