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Copom eleva taxa de juro para 2,75% ao ano, primeira alta em seis anos

BC sinaliza o início de uma trajetória de aumentos que deve se estender até o fim do ano

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Vista do prédio do Banco Central brasileiro, em Brasília (Gregg Newton/Bloomberg)

Vista do prédio do Banco Central brasileiro, em Brasília (Gregg Newton/Bloomberg)

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Alessandra Azevedo, de Brasília

Publicado em 17 de março de 2021 às, 18h49.

Última atualização em 17 de março de 2021 às, 18h54.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou nesta quarta-feira, 17, o primeiro aumento na taxa básica de juro, a Selic, em seis anos: de 2% para 2,75% ao ano. A alta está dentro das expectativas do mercado, que esperava uma variação positiva entre 0,25 e 0,75 ponto percentual, e sinaliza o início de uma trajetória de aumentos que deve durar pelo menos até o fim do ano.

O último boletim Focus, divulgado pelo BC na segunda-feira, 15, mostrava que a expectativa predominante no mercado financeiro era de aumento de 0,5 ponto percentual, mas entre investidores já crescia a pressão por uma elevação ainda maior, de 0,75 ponto percentual, como tentativa de conter o aumento da inflação.

A última vez que a Selic subiu foi em julho de 2015, para conter um choque inflacionário. Na época, a taxa saiu de 13,75% para 14,25%, índice mantido até agosto de 2016, quando começou uma sequência de quedas. O quadro atual é parecido, com alta, em especial em preços administrados, e preocupação com os dados mais recentes.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) ficou em 0,86% em fevereiro, puxado pelo aumento nos preços dos combustíveis. É a maior alta para o mês desde 2016, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O aumento acumulado em 12 meses chega a 5,20%. O mercado já projeta IPCA de 4,60% neste ano — acima, portanto, da meta central do BC, de 3,75%.

 

Um dos efeitos esperados com o aumento da Selic é a contenção da depreciação do real. Uma alta de pelo menos 0,5 p.p. pelo Copom sinaliza para o fortalecimento da moeda, desconsiderados eventos externos, como o fortalecimento do dólar global. Com a taxa de juro mais alta, a tendência é de mais entrada de dólares no Brasil.

De acordo com o boletim Focus mais recente, a estimativa é que a Selic fique em 4,5% no final de 2021 e atinja 5% em 2022. O atual patamar, de 2%, é o menor desde o início da série histórica do BC, em 1986. A Selic é referência para as demais taxas da economia, além de ser usada em negociações de títulos públicos emitidos pelo Tesouro Nacional.


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