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China supera expectativas e cresce 2,3%, única grande economia com alta no PIB

A previsão era de que a economia chinesa crescesse na casa dos 1,9%, segundo o FMI, ou 2,1%, segundo economistas ouvidos pela Bloomberg

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China: país é a única grande economia que deve registrar crescimento em 2020, mas números são os piores em 45 anos (Getty Images/Getty Images)

China: país é a única grande economia que deve registrar crescimento em 2020, mas números são os piores em 45 anos (Getty Images/Getty Images)

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Carolina Riveira

Publicado em 18 de janeiro de 2021, 06h14.

Última atualização em 18 de janeiro de 2021, 10h16.

A China fechou 2020 com crescimento anual de 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados oficiais divulgados na madrugada desta segunda-feira, 18. O crescimento anual ficou acima das expectativas, apoiado por forte alta no último trimestre do ano, de 6,5%.

Economistas em pesquisa da Bloomberg haviam projetado alta de 2,1% no PIB chinês e 6,2% para o último trimestre, de outubro a dezembro. O Fundo Monetário Internacional (FMI), em relatório de outubro, projetava alta de 1,9% para a economia chinesa em 2020.

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A China confirma assim a projeção que já vinha sendo feita, se tornando o único grande país que a crescer em 2020 em meio à recessão global causada pelo coronavírus e números fracos nos Estados Unidos e na Europa.

Apesar do crescimento em 2020, a crise levou a China a números menos vistosos do que nos anos anteriores, quando cresceu acima de 6% ou 7%. O PIB chinês de 2020 teve o menor crescimento em 45 anos.

O coronavírus pode antecipar a projeção de que a economia chinesa, hoje segunda maior do mundo, supere a dos Estados Unidos em um futuro próximo.

Uma das previsões mais recentes, divulgada no fim do ano passado, indica que a China deve ultrapassar o PIB dos Estados Unidos em 2028, cinco anos antes do previsto pré-pandemia, como projeta a consultoria britânica Centre for Economics and Business Research. A partir de 2021, a consultoria calcula que a China deve crescer anualmente cerca de 5,7% até 2025.

Parte do motivo da "retomada em V" da China foi o controle interno de casos de coronavírus, somado à alta das exportações chinesas e mercado interno amplo.

Após quedas bruscas no começo do ano, as exportações conseguiram se recuperar, sobretudo em meio à demanda alta no exterior por equipamentos médicos -- um dos pontos fortes da indústria chinesa -- e equipamentos tecnológicos, como computadores e celulares, muitos produzidos no país. As exportações fecharam o ano em alta de 3,6% na comparação com 2019.

Enquanto as exportações e a indústria vão bem, uma das maiores preocupações segue sendo o mercado interno, o que ficou latente nos números do varejo, também divulgados hoje. O varejo teve queda de 3,9% no acumulado do ano, na comparação com 2019. Em dezembro, a alta foi de 4,6% com algum retorno da demanda, mas ainda abaixo do esperado pela Bloomberg.

Mesmo antes da pandemia, o crescimento chinês nas últimas décadas vinha sendo meteórico, em uma combinação de pujança do mercado interno e crescimento das exportações com industrialização, empresas de tecnologia se destacando no mundo e bons resultados educacionais.

Agora, o ano de 2021 marcará também o começo do novo Plano Quinquenal chinês. Com o mote de fazer o mercado interno e externo “se complementarem”, segundo o presidente Xi Jinping, o plano traz de forma clara que a guerra comercial com os EUA deve perdurar.

Janeiro já começou na China em meio ao polêmico "sumiço" do bilionário chinês Jack Ma, dono do grupo Alibaba, uma das estrelas empresariais que levaram ao amplo desenvolvimento do país nos últimos anos, mas que vem tendo embates recentes com o governo de Xi Jinping. Outra expectativa é do eventual avanço de algum acordo comercial com os EUA neste começo do governo de Joe Biden.

No próximo ciclo, a China será capaz de balancear seu sistema político antidemocrático com o crescimento que almeja.

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