Economia

Chávez continua presidente da Venezuela; oposição denuncia fraude

Receio de que referendo não seja capaz de baixar tensão política contribui para elevar o preço do barril do petróleo a quase US$ 47

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h21.

Se depender da constituição em vigor, Hugo Chávez continua seu mandato na presidência da Venezuela até 2007. O presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Francisco Carrasquero, divulgou nesta segunda-feira (16/8) às 3h47 da madrugada (horário local) a primeira prévia do referendo revogatório de domingo.

Com 94,5% das urnas apuradas, a opção pela continuidade de Chávez contava com 4,991 milhões de votos (58,25%) contra 3,576 milhões (41,74%) dos que votaram a favor da revogação de seu mandato (até a tarde de segunda não havia sido divulgado novo boletim com os resultados). Embora a abstenção tenha atingido 39%, foi a mais baixa dos últimos 12 anos. O voto não é obrigatório no país.

A oposição, da qual fazem parte praticamente todas as empresas de mídia, não reconhece o resultado e diz que o conselho eleitoral é responsável por um "roubo gigantesco" (clique aqui e leia reportagem da revista EXAME sobre o empresário Gustavo Cisneros, dono da Venevisión, maior rede de TV do país e um dos principais adversários políticos de Chávez). Um deputado contrário a Chávez, Henry Ramos Allup, é citado pelos dois principais jornais da Venezuela - El Universal e El Nacional - alegando que o resultado é exatamente o inverso. Nem a Organização dos Estados Americanos (OEA) nem o Centro Carter, observadores do processo eleitoral, manifestaram-se apontando irregularidades.

Por volta das 5h da manhã, Hugo Chávez discursou do palácio presidencial. "Ninguém deve se sentir derrotado. Esse grupo de venezuelanos que votaram pelo 'sim' [à revogação, portanto contra sua permanência no poder] deve ser respeitado e esse trunfo também é deles (...) Pedimos respeito à maioria".

Petróleo

A despeito da diferença de 16,5 pontos percentuais entre o "sim" e o "não" no referendo venezuelano, o não-reconhecimento do resultado por parte da oposição contribuiu para que o barril do petróleo cru para entrega em setembro fosse negociado nesta manhã a 46,91 dólares, o novo recorde na Bolsa Mercantil de Nova York. O petróleo Brent para setembro, negociado em Londres, chegou a 43,36 dólares. O receio no caso da Venezuela é que a política acabe motivando greves de protesto na Petróleos de Venezuela (PDVSA), a estatal petrolífera.

As demais causas para a alta do petróleo continuam as mesmas: vulnerabilidade das instalações iraquianas a sabotagens (a produção do país caiu praticamente pela metade, para 900 mil barris por dia) e a péssima situação financeira da russa Yukos, responsável pela produção de 1,7 milhão de barris por dia.

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