Acompanhe:

Caixa diz que uso eleitoral do banco afetou seus resultados e negocia prazo para dívida ao Tesouro

Presidente do banco afirma que consignado do Auxílio Brasil, liberado às vésperas das eleições em 2022, descapitalizou a instituição. Programa de microcrédito tem 80% de inadimplência

Modo escuro

Continua após a publicidade
Os dados do balanço de 2022 revelam que o índice de liquidez da Caixa caiu mais da metade na comparação com o ano anterior (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Os dados do balanço de 2022 revelam que o índice de liquidez da Caixa caiu mais da metade na comparação com o ano anterior (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A Caixa Econômica Federal negocia com o Ministério da Fazenda um novo cronograma de pagamentos ao Tesouro Nacional. A medida, segundo interlocutores do banco, tem como objetivo evitar a descapitalização da instituição após os empréstimos concedidos pela gestão Jair Bolsonaro no período eleitoral.

Pelo calendário atual, a dívida com o governo federal, em torno de R$ 20 bilhões, seria paga em quatro anos. O assunto está sendo discutido com o Tribunal de Contas da União (TCU), que arbitrou prazo para que o banco devolva os aportes realizados no passado, na forma de Instrumento Híbrido de Capital e Dívida (IHCD).

Os dados do balanço de 2022 revelam que o índice de liquidez da Caixa caiu mais da metade na comparação com o ano anterior.

Os detalhes da negociação dependem do Plano Plurianual da Caixa, previsto para ser concluído no fim de junho. Oficialmente, o banco não comenta, mas a estratégia seria alongar os pagamentos ao Tesouro. Sem essa alternativa, o banco poderia precisar de novos aportes para manter o ritmo dos empréstimos.

Por que os resultados da Caixa não foram bons?

Ontem, a presidente da Caixa, Rita Serrano, recorreu às redes sociais para esclarecer a situação financeira do banco e o impacto dos programas sociais de Bolsonaro. Na publicação, ela culpa as gestões no governo passado pela descapitalização, mas afirma que a instituição “se mantém sólida”.

“Infelizmente, a falta de cumprimento do planejamento orçamentário do banco, devido a ações casuísticas, aliada à instabilidade na gestão causada pelas denúncias de assédio contra o principal dirigente da instituição, resultou em consequências para a manutenção das linhas de crédito da Caixa, as quais sofreram oscilações no segundo semestre de 2022”, afirmou.

Ela integrava o Conselho de Administração da Caixa no governo Bolsonaro, como representante dos trabalhadores, ocasião em que tomou conhecimento das medidas.

“Desde o meu tempo como conselheira de administração, manifestei preocupação em relação a essas medidas, e as questionei por considerá-las contestáveis, implementadas às vésperas das eleições de 2022 e com um apelo excessivo ao endividamento da população vulnerável. Diante dessa situação, tomei a decisão de paralisar por completo as operações desses programas.”

No texto, ela cita dois programas que teriam impactado a liquidez na Caixa: o de microfinanças, lançado pelo então presidente do banco, Pedro Guimarães, em setembro de 2021, que destinou recursos a tomadores inadimplentes com a garantia do fundo do Trabalhadores (o FGTS); e o crédito consignado para beneficiários do Auxílio Brasil, hoje Bolsa Família.

O programa de microfinanças liberou R$ 3 bilhões para 3,86 milhões de clientes. Rita diz que a inadimplência dele atinge 80%, mas o calote é coberto pelo Fundo Garantidor de Microfinanças (FGM), que recebeu R$ 3 bilhões do FGTS.

Já o consignado foi lançado às vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, em outubro de 2022. Em poucos dias, a Caixa emprestou R$ 7,6 bilhões a 2,97 milhões de beneficiários do Auxílio Brasil.

A demanda superou as expectativas e obrigou o banco a suspender a linha, diante do risco de escassez de recursos. As parcelas são descontadas em folha, e a inadimplência é restrita a problemas de exclusão dos beneficiários devido a irregularidades.

Ela afirmou que a inadimplência do consignado se mantém sob controle, “visto que os pagamentos são descontados na fonte.” Sobre a inadimplência do programa de microfinanças, diz que a maior parte do calote será coberta pelo FGM

Créditos

Últimas Notícias

Ver mais
‘Gradualismo pode ser uma saída’, diz Durigan sobre desoneração da folha
Um conteúdo Esfera Brasil

‘Gradualismo pode ser uma saída’, diz Durigan sobre desoneração da folha

Há 8 horas

Governo prorroga o programa Desenrola Brasil até 20 de maio
Economia

Governo prorroga o programa Desenrola Brasil até 20 de maio

Há 18 horas

Não devemos desistir de aprovar um acordo entre UE e Mercosul, diz Haddad
Economia

Não devemos desistir de aprovar um acordo entre UE e Mercosul, diz Haddad

Há 18 horas

FGTS Futuro: financiamentos imobiliários por meio do benefício começam em abril na Caixa
seloMinhas Finanças

FGTS Futuro: financiamentos imobiliários por meio do benefício começam em abril na Caixa

Há 21 horas

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais