Exame Logo

Brasil perde fornecedores de Petróleo em dia de tensões externas

A guerra no Iraque e o conflito político na Nigéria abalaram o mercado

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h22.

A guerra no Iraque, o conflito político na Nigéria, seguido da ocupação e suspensão parcial do fornecimento de petróleo deste país para o resto do mundo, abalaram o mercado internacional, ajudou a pressionar o preço do óleo cru atingindo até os negócios da Petrobrás _e as importações do Brasil. Grandes companhias como Shell, Chevron Texaco e Elf, que operam na Nigéria, estimam uma redução de 37% na produção local em relação ao mês passado: 817,5 mil barris por dia a menos, na pior hora.

A Nigéria é o maior produtor de petróleo da África _e responde por 33% das compras brasileiras do produto. Isoladamente, é o maior fornecedor do Brasil. "A suspensão dos embarques é parcial, temporária e no curto prazo não preocupa porque nossos estoques estão confortáveis", diz Edgar Manta, gerente geral de Comércio do Abastecimento da Petrobrás. O Brasil importa 15% do petróleo que consome e metade disso é feito por países africanos. A Petrobras não tem contratos de longo prazo para compras no Oriente Médio. Do Iraque, por exemplo, são realizadas aquisições eventuais, apenas no mercado à vista.

Veja também

A baixa dependência em relação ao mercado externo e a ausência de contratos de longo prazo com países localizados na área de conflito, deixou o Brasil numa posição de relativa tranqüilidade frente à importação de Petróleo. O atropelo da Nigéria vem na hora errada. Escritórios da Petrobras em Houston, nos Estados Unidos, e Londres, na Inglaterra, avaliam alternativas operacionais para o problema criado principalmente na estrutura de transporte do produto, já que as datas do embarque terão de ser alteradas. "Em relação a outro problema, a questão da volatilidade do preço, não há nada que possa ser feito", diz Manta.

O dia foi de fortes altas no preço do óleo cru. O barril do tipo Brent negociado em Londres registrou alta de 7,2% e fechou a 26,10 dólares. Em Nova York, a cotação do barril teve alta de 6,3% até o encerramento do pregão, passando a 28,61 dólares. Se os negócios nas mesas de operações consolidarem esses números, terá a sido a maior alta em 14 meses.

Na avaliação de Manta, a associação de três fatores impulsionou a alta no preço do petróleo: a queda continua das cotações na semana passada, que atingiu patamares baixos demais para o mercado neste momento; a resistência das tropas iraquianas no final de semana; e a ocupação de plataformas de petróleo na Nigéria.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame