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Brasil aparece em 80º lugar em ranking de abertura ao comércio exterior

Barreiras à entrada de produtos estrangeiros e falta se segurança no transporte de bens dentro do país jogam o país para trás de China, índia e México, em lista de 118 nações do Fórum Econômico Mundial

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h15.

Um dos mais fortes defensores do fim das barreiras aos produtos de países subdesenvolvidos, o Brasil aparece como destaque negativo em termos de abertura ao comércio exterior, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial, divulgada nesta quarta-feira (18/06).

Entre os 118 países avaliados pela instituição, organizadora do Fórum de Davos, o Brasil aparece em 80º lugar, numa lista de quatro critérios relacionados a "fatores, políticas e serviços que facilitam o livre trânsito de bens pelas fronteiras e até o destino dos produtos", como define o próprio Fórum.

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De acordo com os autores do relatório, os fatores que mais prejudicam o Brasil no ranking são o ambiente de negócios pouco propício, quesito no qual o país foi listado em 96º lugar, e a facilidade oferecida para acesso ao mercado interno, item em que o país ocupa a 92ª posição.

"O mercado brasileiro continua a ser consideravelmente fechado, com barreiras tarifárias e, em menor extensão, não-tarifárias inibindo as importações de bens", comentam os pesquisadores.

Os pesquisadores também apontam a violência como um dos fatores prejudiciais ao fluxo de produtos no Brasil.

"Assim como em outros países da região, um impedimento significativo ao fortalecimento do comércio exterior são as fracas condições de segurança do país", cita a pesquisa. Esse trecho faz referência aos comentários feitos para outros países latino-americanos, como México e Costa Rica, nos quais as altas taxas de criminalidade aumentam o risco de que os bens não cheguem ao destino final e elevam os custos com segurança privada.

O estudo cita, ainda, pontos favoráveis ao Brasil, como o amplo acesso à infra-estrutura de telecomunicações e a confiabilidade do setor de logística. Itens como esse fazem o país aparecer acima da sua média em dois quesitos: administração de fronteiras (66º) e infra-estrutura de transportes e telecomunicações (62º).

Ainda assim, a 80ª posição na soma dos dados coloca o país atrás de dois dos principais mercados emergentes, a China (48º lugar) e a Índia (71º lugar). Na comparação com os vizinhos latino-americanos mais importantes economicamente, o Brasil fica para trás de Chile (27º, o melhor colocado da região), México (65º) e Argentina (78º).

Países pouco significativos no comércio mundial também se classificaram melhor do que o Brasil. É o caso de Honduras (64º), Sri Lanka (70º) e Uganda (79º).

Líderes

Na outra ponta, dois asiáticos destacam-se por liderar as regiões de maior abertura comercial do planeta: Hong Kong, em primeiro lugar, e Cingapura, em segundo. Suécia, Noruega, Canadá, Dinamarca, Finlândia, Alemanha, Suíça e Nova Zelândia, nesta ordem, completam o time dos dez países mais favoráveis ao comercial internacional.

Os Estados Unidos, ainda o maior mercado consumidor do globo, aparece em 14º lugar, atrás do Japão, em 13º. Segundo o Fórum, os americanos são prejudicados por sua administração de fronteiras, na qual são listados em 21º lugar, e no ambiente de negócios (25º lugar). Os quesitos em que o país se sai melhor são boa infra-estrutura de transporte e telecomunicações (3º colocado) e acesso a mercados (6º).

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