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Banco Mundial abandona termo "país em desenvolvimento"

Mudanças globais e queda da pobreza deixaram o termo antiquado; não dá mais para usar o mesmo rótulo para Etiópia e China

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	Fronteira de Estados Unidos e México na altura do Arizona: desenvolvido e "em desenvolvimento'?
 (Amanda J. Crawford/Bloomberg)

Fronteira de Estados Unidos e México na altura do Arizona: desenvolvido e "em desenvolvimento'? (Amanda J. Crawford/Bloomberg)

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João Pedro Caleiro

Publicado em 19 de maio de 2016 às, 19h29.

São Paulo - A última edição dos Indicadores do Desenvolvimento Mundial (WDI), lançada pelo Banco Mundial nesta semana, traz uma mudança importante.

A instituição não vai mais separar os países entre "desenvolvidos" (de renda alta) e "em desenvolvimento" (de renda baixa ou média). O gerente de dados Neil Fantom afirma que a distinção ficou "menos relevante".

Um dos motivos é que a pobreza absoluta caiu acentuadamente nas últimas décadas. Só entre 1999 e 2011, último ano para o qual há dados disponíveis, ela foi de 30% para 14,4% da população mundial.

Hoje, os países se distribuem no que parece mais um contínuo do que duas bolhas estanques. Essa convergência é ainda mais clara em relação a índices como mortalidade infantil e taxas de fertilidade, que melhoraram de forma acentuada (veja neste gif). 

"É justo dizer que o mundo mudou tanto que os termos 'desenvolvido' e 'em desenvolvimento' têm sobrevivido para além do uso para o qual foram criados", já dizia a carta anual da fundação de Bill e Melinda Gates em 2014.

Em novembro do ano passado, Tariq Khokhar e Umar Serajuddin, dois cientistas de dados do Banco Mundial, escreveram sobre o tema em um blog oficial.

O problema, segundo eles, é que colocar dezenas de países extremamente diferentes sob um rótulo único às vezes mais atrapalha do que ajuda:

"Agrupar países de renda baixa e média como 'mundo em desenvolvimento' coloca países como o Malawi (PIB per capita de US$ 250) no mesmo grupo do México (PIB per capita de US$ 9.860). É uma diferença de quase 40 vezes dentro do mesmo grupo".

Curiosamente, a Organização das Nações Unidas utiliza os termos várias vezes nos documentos das Metas do Milênio mesmo sem ter uma definição oficial para eles.

Já o FMI diz que leva em conta renda per capita, diversificação das exportações e integração no sistema financeiro global na sua divisão, mas destaca:

"A classificação não se baseia em nenhum critério estrito, econômico ou de outra natureza, e evoluiu ao longo do tempo".

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